NOVA ONDA COVID: Recife vai ampliar a faixa etária para a 4ª dose de vacina contra covid-19? Saiba o que falta

Já a Secretaria de Saúde de Pernambuco, por enquanto, diz que o comitê local é contrário a aplicar a 4ª dose em pessoas com menos de 40 anos
Cinthya Leite
Publicado em 08/11/2022 às 20:57
A vacina bivalente da Pfizer pode ser uma alternativa na hora de reforçar a imunização contra a variante BQ.1 Foto: IKAMAHÃ/SECRETARIA DE SAÚDE DO RECIFE


Em ofício enviado ao Ministério da Saúde, a Prefeitura do Recife cobrou o envio de novas doses dos imunizantes para serem usadas na aplicação da segunda dose de reforço (quarta dose) nas pessoas abaixo de 40 anos que já receberam a primeira dose adicional (terceira dose) há, pelo menos, quatro meses.

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Questionada sobre essa possível ampliação de faixa etária para a quarta dose em Pernambuco, a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que aguarda o posicionamento da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI) e do próprio Ministério da Saúde. "Também é preciso lembrar a necessidade da garantia de doses pelo órgão federal", disse.

A SES-PE ainda destacou que, até o momento, a posição do CTAI e do comitê local vem sendo de forma contrária a essa ampliação da faixa etária para a quarta dose. "Em breve, deveremos reunir nosso comitê para ver se há mudança no entendimento", acrescentou. 

Atualmente, Pernambuco só aplica a quarta dose de covid-19 no público a partir de 40 anos. A cobertura total dessa quarta dose está em 42,7%.  

A taxa, contudo, é menor dos 40 aos 49 anos: 20,7%. Entre 50 e 59 anos, é de 30,5%; de 62,1% dos 60 aos 69 anos; de 73,1% a partir dos 70 anos. 

Em Pernambuco, o índice de cobertura da terceira dose é de 56,7% - também bem abaixo do que se recomenda para evitar novas ondas de covid-19.

Neste momento de novo aumento no número de casos da covid-19 em todo o Brasil, especialistas reconhecem que estender a quarta dose da vacina para o público de 18 a 39 anos é uma forma de prevenção importante diante das subvariantes da ômicron (como a BQ.1), que indicam ter um potencial de maior transmissibilidade.  

Além disso, é necessário convocar a população que nem a terceira dose tomou. 

A chegada da BQ.1 no Brasil aumenta a preocupação pela capacidade que a subvariante tem de escapar de anticorpos (tanto produzidos por quem se vacinou quanto por quem teve a doença). Isso aumenta a importância das doses de reforço (terceira e quarta doses), que ajudam a diminuir a capacidade de subvariantes causarem infecção.

Dessa maneira, a forma mais segura e eficaz de se conseguir manter em alta o numero de anticorpos é seguir a vacinação completa contra covid-19, o que inclui todas as doses de reforço recomendadas.  

"Entre os motivos que contribuem para o aumento no número de casos de covid-19, estão os bolsões da população de não vacinados, a baixa cobertura das doses de reforço em alguns grupos populacionais, o período curto de proteção das vacinas que usamos hoje, a retomada da flexibilização das medidas preventivas e as grandes mobilizações que foram realizadas no período de campanha eleitoral", diz a médica epidemiologista Ana Brito, da Fiocruz Pernambuco.

Ela ressalta a necessidade de se trabalhar atualmente com vacinas para além da cepa original do coronavírus, a de Wuhan (na China), já que o vírus passou por várias mutações, o que exige maior proteção contra a ômicron e as novas subvariantes. "Os testes dessas vacinas já estão em desenvolvimento."

Mas vale salientar que, mesmo as vacinas atuais contra covid-19 disponíveis no País terem desenvolvido anticorpos com menor potencial neutralizante contra a ômicron (e subvariantes), isso não quer dizer que esses imunizantes não protegem. No mundo, os vacinados de maneira geral não estão tendo doença grave, como tem acontecido com os não vacinados.

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