O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta quinta-feira (22), que terá como ministra da Saúde a atual presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.
Lula toma posse em 1º de janeiro de 2023.
Como presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima desempenhou um papel fundamental no enfrentamento à covid-19, ao liderar as ações da instituição no combate à pandemia no Brasil.
À frente do Ministério da Saúde, Nísia Trindade Lima terá que enfrentar desafios que passam pelo financiamento do sistema, regionalização e fortalecimento da atenção primária.
Toda a atuação de Nísia Trindade Lima, como gestora e intelectual, está baseada na promoção do valor social da ciência no Brasil e na realização de ações que aproximam a ciência da sociedade.
Nísia Trindade Lima se tornou, em janeiro de 2021, a primeira mulher eleita presidente na história da Fiocruz.
Nísia Trindade Lima é doutora em Sociologia (1997), mestre em Ciência Política (1989), pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj - atual Iesp), e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj, 1980).
Ela criou o Observatório Covid-19, rede transdisciplinar que realiza pesquisas e sistematiza dados epidemiológicos; monitora e divulga informações sobre a circulação do coronavírus e seus impactos sociais em diferentes regiões no Brasil.
A instituição, comandada por Nísia Trindade Lima, criou um novo Centro Hospitalar no campus de Manguinhos; coordena no País o ensaio clínico Solidarity da Organização Mundial da Saúde (OMS); aumentou a capacidade nacional de produção de kits de diagnóstico e processamento de resultados de testagens; organizou ações emergenciais junto a populações vulneráveis; ofereceu cursos virtuais de manejo clínico e atenção hospitalar para pacientes de covid-19; lançou manual de biossegurança em escolas; e se tornou laboratório de referência para a OMS em Covid-19 nas Américas.
A tese de doutorado de Nísia Trindade Lima, Um Sertão Chamado Brasil, conquistou o Prêmio de Melhor Tese de Doutorado em Sociologia no Iuperj.
Nísia Trindade Lima foi diretora da Casa de Oswaldo Cruz (1998-2005), unidade da Fiocruz voltada para pesquisa e memória em ciências sociais, história e saúde. Participou da elaboração do Museu da Vida, premiado museu de ciência da Fiocruz.
Na Editora Fiocruz (2006-2011), Nísia atuou na implementação da Rede SciELO Livros.
Foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz (2011-2016), período em que coordenou as Semanas Nacionais de Ciência e Tecnologia na instituição e também a implantação de políticas de acesso aberto, com o objetivo de tornar disponível toda a produção científica da instituição.
A obra de Nísia é referência na área de pensamento social brasileiro, história das ciências e saúde pública.
Lecionou e orientou gerações de alunos em todos os níveis de formação, do ensino básico ao pós-doutorado, como docente na Uerj e na Fiocruz.
Nísia é autora de dezenas de artigos, livros e capítulos com reflexões sobre os dilemas da sociedade nacional, sobretudo as cisões entre os Brasis urbano e rural, moderno e atrasado.
No campo das ciências sociais, Nísia Trindade Lima vem contribuindo através de diferentes iniciativas para o fortalecimento das ações de pesquisa e ensino. Uma de suas realizações foi a criação da Biblioteca Virtual do Pensamento Social (BVPS), em colaboração com a UFRJ e rede de instituições.
Ele participa dos conselhos editoriais dos periódicos: Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência; História, Ciências, Saúde-Manguinhos; Caderno de História da Ciência-Instituto Butantan; Escritos da Fundação Casa de Rui Barbosa; Medical History;e Lancet Covid-19 Commission.
Vale frisar que Nísia Trindade Lima participa de programas e redes internacionais nas áreas de História da Ciência e História da Saúde.
Nísia Trindade Lima, como presidente da Fiocruz, coordenou todo o acordo de encomenda tecnológica na articulação com o Ministério da Saúde do Brasil, a Universidade de Oxford, a farmacêutica AstraZeneca e as unidades de produção locais.
Em setembro deste ano, Nísia Trindade Lima veio ao Recife, onde conversou com pesquisadores e o diretor da Fiocruz Pernambuco (Instituto Aggeu Magalhães - IAM), Pedro Miguel dos Santos Neto, sobre o trabalho desempenhado pela Fiocruz no enfrentamento à pandemia de covid-19 e os desafios ainda enfrentados pela instituição.
Na ocasião, Nísia ressaltou que as bases científicas e tecnológicas existentes atualmente no mundo, aliadas à visão de saúde coletiva que a instituição tem, permitiram à Fiocruz se colocar numa posição de não só diagnosticar e denunciar a grave crise vivida no Brasil, mas de se organizar coletivamente coordenando ações que permitiram resposta à pandemia a partir do Sistema Único de Saúde (SUS).
"A ação coordenada da Fiocruz é exemplar daquilo que a Fundação tem potência como um todo para realizar. É aprendizado que vai da área de pesquisa, da vigilância, educação, inovação, das ações sociais que nós vivemos", afirmou.
Nísia ainda destacou o papel do Instituto Aggeu Magalhães (IAM) no enfrentamento à pandemia de covid-19, uma vez que o IAM colaborou no monitoramento da doença no Estado, na realização de testes diagnósticos e na produção de pesquisas sobre a doença no campo na saúde pública e nas pesquisas sobre o coronavírus.
Nísia Trindade Lima: conheça a trajetória da presidente da Fiocruz - portal.fiocruz.br/nisia-trindade-de-lima. Acessado em 12/12/2022
Presidente da Fiocruz conversa com a comunidade do IAM - cpqam.fiocruz.br/institucional/noticias/presidente-da-fiocruz-conversa-com-a-comunidade-do-iam. Acessado em 12/12/2022