AUTISMO SINTOMAS: Quais são os primeiros sinais de autismo? Especialistas explicam

A cada 36 crianças, uma é diagnosticada com autismo aos 8 anos (aproximadamente 4% dos meninos e 1% das meninas) nos Estados Unidos
Cinthya Leite
Publicado em 30/03/2023 às 17:52
Autismo é um transtorno do desenvolvimento caracterizado por comprometimento das habilidades de comunicação e interação social, como também por realização de movimentos e comportamentos repetitivos Foto: FREEPIK/BANCO DE IMAGENS


O diagnóstico de autismo se tornou mais comum nos últimos anos, mas infelizmente a pandemia de covid-19 interrompeu a detecção precoce do transtorno do espectro autista.  

Especialistas e estudos mostram que a taxa de crianças diagnosticadas com autismo cresce constantemente. 

Em 2020, a cada 36 crianças, uma foi diagnosticada com autismo aos 8 anos (aproximadamente 4% dos meninos e 1% das meninas) nos Estados Unidos, de acordo com nova estimativa divulgada recentemente pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

QUAIS SÃO OS 25 SINAIS DO AUTISMO? 

A pergunta acima aparece como uma das mais frequentes sobre autismo que as pessoas fazem ao Google

Não se pode mencionar que são 25 sinais de autismo, nem mais nem menos que isso. 

O autismo é um transtorno do desenvolvimento caracterizado por comprometimento das habilidades
de comunicação e interação social, como também por realização de movimentos e comportamentos repetitivos.

Nem sempre uma criança com essa condição precisa necessariamente apresentar toda a lista de sintomas que interferem no convívio, no comportamento e na comunicação.

Essa singularidade é destacada às vésperas do Dia Mundial da Conscientização do Autismo (2 de abril).

POR QUE O DIA 2 DE ABRIL É O DIA DO AUTISMO? 

A data é marcada por ações que, contra o estigma, derrubam mitos e difundem conhecimento sobre atitudes que beneficiam pessoas com o transtorno.

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi definido pela Organização das Nações Unidas em 2007, e é lembrado no dia 2 de abril.

É uma data importante, pois muitas pessoas não compreendem o que é o transtorno do espectro autista (TEA). Por isso, é fundamental a propagação de informação de qualidade. Entender melhor esse transtorno é a chave para o fim do preconceito e da discriminação. 

Por respeitar as particularidades associadas a essa condição, os especialistas atualmente se referem a transtorno do espectro autista, que engloba os casos a partir da maneira com que as desordens no desenvolvimento se manifestam ao longo do tempo.

"Consideramos que há níveis do transtorno conforme a necessidade de auxílio que uma pessoa com autismo precisa para realizar atividades do dia a dia. Embora a maioria dos pacientes tenha deficiência intelectual, há casos em que há uma preservação da capacidade cognitiva que, às vezes, é até elevada, com algumas habilidades melhor desenvolvidas", explicou a psiquiatra Rackel Eleutério, em entrevista à TV JC (confira mais abaixo, nesta matéria). Ela é especialista em saúde mental da infância e da adolescência. 

É por isso que, quando se fala em autismo, cada criança, jovem ou adulto são únicos.

O QUE É O AUTISMO? 

Veja entrevista abaixo com a psiquiatra Rackel Eleutério:

Um detalhe, contudo, pode ser aplicado para todos os casos em que há, pelo menos, suspeita do transtorno do espectro autista. "O ideal é investir precocemente em estimulação que beneficia o desenvolvimento da criança, mesmo que o diagnóstico não tenha sido fechado." 

O transtorno do espectro autista, segundo o CDC, é mais de quatro vezes mais comum entre os meninos do que entre as meninas. 

QUAIS SÃO OS PRIMEIROS SINAIS DE AUTISMO? 

"As pessoas com autismo podem apresentar algumas características específicas, como manter pouco contato visual, ter dificuldade para falar e dizer o que sente, além de não se sentir confortável em meio a outras pessoas", explica o neurocientista Victor Eustáquio, sócio-fundador da clínica Somar Special Care, localizada no bairro da Torre, Zona Norte do Recife.

Além disso, Victor alerta ainda que é comum a criança ter comportamentos repetitivos como caminhar na ponta dos pés, balançar o corpo pra frente e pra trás, como também brincar com brinquedos de forma diferente. "A criança pode, por exemplo, ao invés de colocar o carrinho para andar no chão, virá-lo e ficar girando as rodinhas", diz. 

TEM CURA PARA O AUTISMO? 

É importante ressaltar que o autismo não tem cura, mas existe acompanhamento adequado para que a pessoa possa ter qualidade de vida.

"Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, que deve ser dado por um neuropediatra ou psiquiatra, melhor será o desenvolvimento da criança com autismo." 

Segundo Victor, o paciente com autismo deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar (médico, fonoaudiólogo, nutricionista, educador físico e terapeuta ocupacional, além de outros profissionais). 

Entre os principais sintomas do autismo, estão dificuldade de interação, pouco contato visual olho no olho, dificuldade de fazer amigos e seletividade alimentar.

"A criança com autismo também gosta de previsibilidade. Surpresas podem acarretar irritação, raiva e angústia", alerta.

O QUE LEVA A PESSOA A TER AUTISMO? 

As causas do autismo não são totalmente conhecidas, mas estudos apontam o envolvimento de fatores genéticos, hereditários e ambientais no desenvolvimento do transtorno. 

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