VACINA DA GRIPE: Com quase 1 milhão de doses sobrando, Pernambuco prorroga campanha de vacinação contra gripe

No Estado, alcançaram a meta de 90% de cobertura vacinal apenas 7,6% dos 184 municípios
Cinthya Leite
Publicado em 31/05/2023 às 16:45
Com a vacinação de grupos populacionais de risco, o objetivo é proporcionar redução de novos adoecimentos, internações em serviços de saúde e mortalidade provocadas pelos vírus da gripe Foto: FREEPIK/BANCO DE IMAGENS


Pernambuco anuncia a prorrogação, até 30 de junho, da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza.

A manutenção da campanha se dá devido à baixa cobertura vacinal e à presença de doses da vacina nos estoques municipais.

O Programa Estadual de Imunizações (PEI-PE) já recebeu e encaminhou para as gestões municipais mais de 2,9 milhões de doses da vacina contra gripe. 

Até a manhã desta quarta-feira (31), somente 1.973.602 de doses foram aplicadas desde o início da estratégia de vacinação.

Esse total representa uma cobertura vacinal baixíssima, de apenas 55,94%. A meta preconizada, pelo Ministério da Saúde, é de 90%. 

A campanha nacional começou no dia 10 de abril apenas para grupos prioritários.

No último dia 12 de maio, o Ministério da Saúde (MS) orientou os Estados a realizarem a ampliação das ações para a população em geral, a partir dos 6 meses de idade.

Até o momento, somente 14 dos 184 municípios pernambucanos atingiram a meta de 90% de cobertura, com destaque para as cidades localizadas no Sertão. O arquipélago de Fernando de Noronha também não alcançou a meta: está com 72%.

Com a atual cobertura vacinal, Pernambuco está em quarto lugar no ranking nacional de imunização, ficando atrás do Amapá (90,71%), Paraíba (71,20%) e Amazonas (57,57%), segundo dados do sistema de informação do órgão federal. Em relação aos Estados do Nordeste, Pernambuco ocupa a segunda posição, atrás da Paraíba.

"Diante do cenário de baixa cobertura, os municípios estão realizando estratégias diferentes de intensificação, como busca ativa vacinal (casa a casa), ações em escolas, indústrias, feiras livres, horário ampliado de Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou pontos de vacinação", ressalta a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Magda Costa.

A influenza (gripe) é uma infecção viral e que possui uma transmissibilidade acentuada e pode se apresentar de forma mais leve ou com sinais graves. Diante de complicações, a gripe pode levar ao óbito.

Os principais sintomas da gripe são febre, dor de garganta, tosse, dor no corpo e dor de cabeça. A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção contra a doença e suas complicações.

A vacina contra o vírus oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é considerada um imunizante trivalente, pois protege contra as cepas A H1N1, A H3N2 e um influenza tipo B. 

A vacina é disponibilizada todos os anos, antes do inverno, período em que as doenças respiratórias são mais comuns.

Os imunizantes têm perfil de segurança excelente e, geralmente, são bem tolerados.

Manifestações como dor no local da injeção são comuns e ocorrem em 15% a 20% dos pacientes, sendo benignas e geralmente resolvidas em 48 horas.

A vacina é fabricada com vírus inativados, fragmentados e purificados - ou seja, não é capaz de induzir o desenvolvimento da doença.

Além disso, a composição e a concentração de antígenos são atualizadas a cada ano, seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Ministério da Saúde reforça que o imunizante pode ser administrado simultaneamente com outras vacinas do calendário nacional.

A secretária Estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti, destaca a importância de a população comparecer aos postos de vacinação, especialmente neste período de sazonalidade para adoecimento relacionado aos vírus respiratórios.

"A vacina é muito importante. A gente, que cuida de quem gostamos, precisa se vacinar. A campanha foi prorrogada, mas precisamos lembrar que a vacina é sempre. Quando a gente ama, a gente cuida. E quem cuida se vacina", destaca Zilda.

Com a vacinação de grupos populacionais de risco, o objetivo é proporcionar a redução de novos adoecimentos, internações em serviços de saúde e mortalidade provocadas pelos vírus da influenza.

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