Caminhar está entre as atividades que mais trazem benefícios para a saúde física e mental. São milhares estudos que mostram o quanto faz bem dedicar minutos do nosso dia para dar alguns passos.
Nesta semana, mais uma pesquisa traz novos achados sobre a associação entre caminhada e longevidade.
O levantamento, publicado na quarta-feira (9), na Revista Europeia de Cardiologia Preventiva, analisou dados de 226.889 pessoas de 17 estudos realizados em Austrália, Japão, Noruega, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos.
A metanálise (como são chamados estudos estatísticos que combinam o resultado do maior número de pesquisas independentes em busca da melhor evidência possível) aponta que caminhar um mínimo de 4 mil passos por dia reduz significativamente o risco de morte prematura.
A pesquisa também mostra que dar 2.337 passos por dia diminui o risco de morte especificamente por doenças cardiovasculares.
"Este estudo ilumina uma conexão direta entre a contagem de passos e a mortalidade. Os números são impressionantes: um acréscimo de mil passos por dia foi associado a uma queda de 15% no risco de mortalidade por todas as causas, e um aumento de 500 passos por dia se correlacionou a uma redução de 7% no risco de mortalidade cardiovascular", diz o médico cardiologista Audes Feitosa, fellow da Sociedade Europeia de Cardiologia.
Estes resultados, segundo Audes, respaldam o conhecimento estabelecido sobre os benefícios da atividade física e delineiam uma associação clara entre movimento e longevidade.
Interessante também é que a metanálise revela que o número de passos relacionado a uma maior longevidade é bem menor do que imaginamos dar para melhorar a nossa saúde.
Muito se fala que dar 10 mil passos por dia é o essencial para ser saudável. "Mas a pesquisa destaca que o limiar para colher benefícios substanciais é mais baixo do que muitos poderiam supor. A partir de 2.500 a 4.000 passos por dia, já se observam vantagens significativas à saúde. Esses achados têm implicações profundas, desafiando conceitos anteriores sobre os limites do sedentarismo", comenta Audes Feitosa.
Para o cardiologista, esse estudo lança luz sobre a necessidade de adotar ações práticas para melhorar nossa saúde. "É crucial que indivíduos, profissionais de saúde e formuladores de políticas considerem essas descobertas e promovam iniciativas para encorajar um estilo de vida mais ativo. Em um mundo onde tecnologia e conveniência muitas vezes nos afastam do movimento, os passos diários são uma medida simples, mas poderosa, para proteger nosso bem-estar cardiovascular", finaliza Audes.