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Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
SETEMBRO VERDE

Com mais de 40 mil pessoas na fila para receber um órgão no Brasil, Saúde dobra autorização de novos serviços de transplante

Na maioria dos casos, o transplante pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para quem precisa da doação

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Cinthya Leite

Publicado em 28/09/2023 às 18:16
Em 2023, o País avançou 9,5% nos transplantes realizados de janeiro a agosto, quando comparado com o mesmo período de 2022 - ACERVO MINISTÉRIO DA SAÚDE

Em campanha durante o mês de setembro, com o tema Doe uma segunda chance, doe órgãos, o Ministério da Saúde reforça a importância da conscientização sobre o ato de doar órgãos e tecidos.

A pasta divulga, nesta quinta-feira (28), que mais que dobrou a autorização de novos serviços de transplante, que passaram de 31 em 2022 para 64 em 2023, o que representa um aumento de 106%.

Ao todo, o Brasil tem 1.198 serviços credenciados para transplantes.

Entre as autorizações de novos serviços no País este ano, estão 17 centros autorizados para transplante de medula óssea, 14 para córnea/esclera, 10 para rim, 7 para fígado, 5 para procedimentos musculoesqueléticos, duas unidades para coração, duas para pâncreas, duas para rim/pâncreas conjugados, duas para pele, duas para valva cardíaca, além de um centro para transplante de pulmão, em 19 Estados. As cinco regiões brasileiras foram contempladas.

Atualmente, 40,3 mil pessoas aguardam por um transplante de órgão no Brasil.

Para aumentar a capacidade dos centros transplantadores do Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde instituiu um aumento de investimento entre 40% e 80% aos procedimentos relacionados ao transplante de órgãos e medula óssea. O impacto pode chegar a R$56 milhões. 

Ainda neste ano, o País avançou 9,5% nos transplantes realizados de janeiro a agosto, quando comparado com o mesmo período de 2022.

Até agosto deste ano, foram feitos 18.461 procedimentos em todo Brasil, incluindo transplantes de córnea e medula óssea. No ano passado, o total registrado foi de 16.848 cirurgias.

O Ministério da Saúde divulgou número recorde de doadores efetivos no primeiro semestre de 2023, com 1,9 mil doadores, o que possibilitou a realização de 4.377 transplantes de órgãos, como rim, fígado e coração, número 16,2% maior do que em 2022.

Quando somados os meses de julho e agosto de 2023, o total de doadores efetivos salta para 2.435 mil e 5.914 transplantes de órgãos realizados. Com a tendência de aumento já observada até agora, a expectativa é fechar 2023 com um recorde inédito.

Por modalidade de transplante, de acordo com os dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) para 2023, foram divulgados 10.575 transplantes de córnea, 3.930 de rim, 1.972 de medula óssea, 1.574 de fígado, 281 de coração, 58 de pâncreas e rim conjugados, 55 de pulmão, 15 de pâncreas e um multivisceral.

De acordo com o SNT, inúmeras pessoas podem ser beneficiadas com os órgãos e tecidos provenientes de um mesmo doador. Na maioria das vezes, o transplante pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para quem precisa da doação.

Neste ano de 2023, o Ministério da Saúde registrou ainda aumento no número de potenciais doadores, com índice de 67,6 por milhão de pessoa, enquanto, em 2022, o número registrado foi de 62,6.

O número de doadores efetivos também aumentou: de 16,5 PMP (taxa de doação de órgãos por milhão de habitantes) no ano passado, passou para 19 PMP neste ano, segundo dados das Centrais Estaduais de Transplantes.

Outro número em crescimento no período de janeiro a agosto é o de autorização familiar, que subiu de 54,7% em 2022 para 56,6% em 2023 no mesmo período.

Para doação de órgãos, é fundamental que a pessoa interessada deixe clara para a família a sua vontade de doar, pois somente com a autorização dos familiares a doação pode ser efetivada.

Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista de espera.

O Ministério da Saúde reforça que a lista para transplantes é única e vale tanto para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto para os da rede privada. O sistema é auditável, sendo possível a apuração de qualquer atualização incorreta na lista de transplantes.

Brasil é referência mundial na área de transplantes

O Brasil possui o maior sistema público de transplantes do mundo.

Em números absolutos, é o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

A rede pública de saúde fornece aos pacientes assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante.

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