Com a chegada do Feriado de Finados (2), muitas famílias voltam lembranças para entes queridos que faleceram e lidam com os sentimentos do luto - um conjunto de reações naturais a perdas importantes. É um processo que se inicia no momento da perda e termina com a elaboração do sofrimento e o retorno à vida normal.
O luto não é considerado uma doença, mas é um quadro clínico, pois apresenta sintomas e sinais específicos, além de possuir características tanto emocionais quanto cognitivas e comportamentais. Apesar de se manifestar com tristeza, o luto difere dos quadros de depressão.
A psicóloga especialista em luto da funerária e crematório Morada da Paz, Simône Lira, orienta como vivenciar essa fase com serenidade e acolhimento emocional. Ela orienta que é preciso se permitir a sentir as emoções que surgirem, seja tristeza, saudade ou gratidão pelos momentos compartilhados. "Aceitar e expressar esses sentimentos são passos importantes para a vivência do processo de luto", destaca Simône.
Buscar apoio emocional de amigos e familiares, além de cuidar de si mesmo, praticando atividades que tragam bem-estar e buscando apoio profissional, como terapia, podem ser estratégias benéficas durante o período de luto.
"Compartilhar suas emoções e memórias com pessoas próximas pode trazer uma sensação de apoio mútuo", completa Simône.
A psicóloga reforça que cada pessoa enfrenta o luto de forma única, e não há uma forma certa de passar por esse processo. O importante é respeitar as emoções e buscar apoio quando necessário.
Vale frisar que esse processo pode se tornar complicado, nos casos em que a pessoa não consegue finalizar as fases do luto e se desligar da perda. E essa dor prolongada é chamada de luto patológico.
O luto patológico acontece principalmente com a morte inesperada de alguém muito próximo. A pessoa pode ter dificuldades para seguir com a rotina, com a vida, mesmo muito tempo depois da morte. Nesses casos, é fundamental procurar assistência médica e psicológica.