Programa do governo de Pernambuco, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o Útero é Vida tem como meta erradicar o câncer do colo do útero no Estado. Para isso, anualmente, a iniciativa pretende rastrear cerca de 375 mil pessoas com útero em Pernambuco, a fim de evitar complicações e mortes. O cenário é crítico: por dia, em média, uma mulher morre no Estado por causa do câncer de colo de útero, que é totalmente evitável.
Só em 2022, segundo a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE), 399 mulheres faleceram em decorrência da doença em Pernambuco.
Uma avaliação da primeira fase de implementação do programa Útero é Vida acontece entre esta terça (28) e quinta-feira (30) no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no bairro dos Coelhos, área central da cidade.
Na unidade, profissionais do setor, gestores de saúde e representantes governamentais estão reunidos para analisar os indicadores do programa, derivado do Termo de Cooperação Técnica 106º Opas/Organização Mundial de Saúde/Secretaria de Saúde de Pernambuco.
"O evento de Avaliação da 1ª Fase não apenas destaca os progressos do programa, mas também reforça o compromisso coletivo na jornada pela saúde das pessoas com útero em Pernambuco", afirma a médica citopatologista Letícia Katz, coordenadora técnica do Programa útero é Vida.
"O Programa Útero é Vida emerge como uma esperança, ao reunir esforços locais e internacionais para enfrentar um desafio global, que é diminuir os indicadores de mortes em decorrência do câncer do colo do útero", acrescenta.
O Programa Útero é Vida tem como objetivo central a promoção da saúde das pessoas com útero.
Além da cooperação técnica internacional com a Opas, a iniciativa também conta com o apoio de instituições como a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), Fiocruz – Ceará/Fiotec, Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco), Imip, Hospital de Câncer de Pernambuco, Universidade Federal de Pernambuco, Hospital de Amor de Barretos e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo.
No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de tumor mais incidente entre mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para este ano de 2023, foram estimados 17.010 casos novos, o que representa uma taxa bruta de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.
Os números demonstram o quanto o câncer do colo do útero representa um desafio global. Em Pernambuco, a situação é especialmente crítica, com quase uma morte por dia devido a essa doença evitável.
Em 2020, foram registradas 323 mortes por câncer do colo do útero no Estado, sendo 84,2% diagnosticadas em estágios avançados da doença.
A estimativa para este no aponta para 770 novos casos de câncer de colo do útero em Pernambuco - sendo 170 deles diagnosticados na cidade do Recife.
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: CAUSAS
A infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano), transmitido na relação sexual, é o que causa o câncer de colo do útero.
A maioria das pessoas tem contato com esse vírus ao longo da vida, mas quase sempre ele é eliminado naturalmente.
Se a infecção persistir após vários anos, podem aparecer lesões que, se não tratadas, podem causar câncer.
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: SINTOMAS
No início, as mulheres não sentem nada. Mais tarde, podem aparecer sangramentos fora do período menstrual, dor e corrimentos.
Esses sintomas são também comuns a outras doenças. Caso apresente algum desses sintomas, é preciso procurar o serviço de saúde.
É POSSÍVEL PREVENIR O CÂNCER DE COLO DO ÚTERO?
A prevenção do câncer de colo do útero é feita por meio da vacinação contra o HPV, antes do início da vida sexual, e do exame preventivo (papanicolau), que é capaz de identificar possíveis lesões causadas pelo HPV.
Durante o papanicolau, é colhido material do colo do útero e enviado para análise no laboratório. O exame é simples e rápido. Mulheres entre 25 e 64 anos que já tiveram atividade sexual devem se submeter ao exame.
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: CAMISINHA PREVINE HPV?
O uso do preservativo (camisinha) contribui para reduzir a transmissão do HPV. Mas essa proteção não é total, pois o vírus passa no contato íntimo durante as relações sexuais, mesmo sem penetração e entre pessoas do mesmo sexo.
Pessoas que fumam têm maior chance de ter câncer do colo do útero, pois o tabagismo facilita a infecção
pelo HPV.
QUEM DEVE TOMAR A VACINA CONTRA HPV?
Meninas e meninos de 9 a 14 anos, pois a proteção nesses grupos é maior do que em adultos.