Se você tem experimentado mal-estar ocasional e suspeita que possa estar relacionado ao diabetes, é fundamental buscar acompanhamento médico e realizar o exame de curva glicêmica. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, metade dos indivíduos identificados em seus estudos desconhecia o diagnóstico da doença.
Antes de aprofundar sobre a importância desse exame, é crucial entender o que é glicemia. Essencialmente, glicemia refere-se à quantidade de glicose, também conhecida como açúcar, presente na corrente sanguínea.
A glicose é introduzida no sangue através da ingestão de alimentos ricos em carboidratos, como massas, pães, bolos e doces. Hormônios como insulina e glucagon regulam os níveis de glicose, buscando manter o equilíbrio no organismo.
Como é o exame de curva glicêmica?
O exame de curva glicêmica, também chamado de Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG), é uma das principais ferramentas laboratoriais para avaliação. Médicos frequentemente solicitam esse exame para diagnosticar diabetes, avaliar resistência à insulina e identificar outras alterações nas células pancreáticas.
O teste, realizado através de coleta de sangue, é crucial para diagnosticar diabetes mellitus ou diabetes gestacional, exibindo graficamente a presença de açúcar no sangue e demonstrando a velocidade de absorção do carboidrato.
O procedimento do exame pode durar até seis horas, dependendo do número de amostras de sangue necessárias. Após uma coleta inicial em jejum, a pessoa recebe uma dose padronizada de dextrosol, um xarope doce.
Em seguida, são realizadas novas coletas para avaliar como o organismo responde à elevada concentração de glicose. O teste clássico envolve três coletas em um intervalo de duas horas após a ingestão do xarope, proporcionando uma representação gráfica dos níveis de açúcar em cada momento.
No caso das gestantes, o TOTG é frequentemente incluído nos exames pré-natais para avaliar o risco potencial de desenvolvimento de diabetes gestacional. O teste é realizado de maneira semelhante, mas as coletas são feitas com a gestante deitada para evitar desconforto, sendo indicado entre a 24ª e 28ª semana de gestação.
Quais as taxas normais de glicemia?
Para que o resultado do exame seja considerado normal, espera-se que os níveis de glicose em jejum fiquem abaixo de 100 mg/dL, enquanto os níveis após a ingestão do xarope se mantenham até 140 mg/dL.
Valores entre 140 mg/dL e 199 mg/dL indicam uma diminuição da tolerância à glicose, enquanto valores acima de 200 mg/dL sugerem diabetes, cujo tratamento será orientado pelo médico.
É fundamental compreender também os conceitos de hipoglicemia e hiperglicemia para evitar o diabetes. A hipoglicemia, caracterizada por baixos níveis de glicose, pode ocorrer algumas horas após a alimentação, especialmente quando se consome alimentos rapidamente.
Já a hiperglicemia, associada a altos níveis de glicose no sangue, está frequentemente relacionada ao consumo excessivo de doces e carboidratos.
Ao se preparar para o exame, é recomendável manter a dieta habitual, sem restrição de carboidratos nas 72 horas anteriores, mas evitando o consumo de bebidas alcoólicas. Não é aconselhável utilizar laxantes na véspera do teste, e esforço físico no mesmo dia deve ser evitado. A primeira coleta, realizada em jejum, exige um período de 10 a 12 horas sem alimentação.
Fonte: Ramos Medicina Diagnóstica