Com o avanço da coqueluche em países da Europa e da Ásia nas últimas semanas, o Ministério da Saúde faz um alerta para a importância da vacinação contra a doença no Brasil. Tosse seca, febre e cansaço são alguns dos sintomas comuns, que podem levar a complicações, como pneumonia, desidratação e paradas respiratórias. A doença infecciosa é de alta transmissibilidade.
Em maio deste ano, a União Europeia divulgou boletim epidemiológico em que destacou o aumento no número de casos de coqueluche em, pelo menos, 17 países, com mais 32.037 notificações de janeiro a março de 2024. O Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China (CCDC, 2024) informou que, em 2024, foram notificados no país, 32.380 casos e 13 óbitos.
A última vez que o Brasil teve um surto de coqueluche foi em 2014. Mas, diante do cenário mundial, o governo brasileiro divulgou uma nota técnica com recomendações de fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica da doença no Brasil.
Entre as ações, a pasta inclui alerta aos profissionais de saúde da área assistencial, investigação de contatos de casos confirmados, oferta de tratamento oportuno, além de ampliação do uso da vacina dTpa para profissionais de saúde que atuam em atendimentos de ginecologia, obstetrícia, pediatria, além de doulas e trabalhadores de berçários e creches com crianças até 4 anos.
As vacinas contra coqueluche estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). A imunização é administrada com a pentavalente, esquema vacinal composto por três doses (aos 2, 4 e 6 meses de vida), seguidas de reforços com a vacina DTP aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
O SUS disponibiliza ainda a vacinação de gestantes, puérperas e de profissionais da área da saúde com a dTpa (tríplice bacteriana acelular)
A cobertura da dTpa, foi de apenas 75% em 2023 (a meta para essa imunização é de 95%). Ou seja, cerca de 20% do público-alvo estão desprotegidos. Essa é uma vacina que deve ser tomada em todas as gestações, justamente para proteger os recém-nascidos da coqueluche. O imunizante também dá proteção à gestante e ao bebê contra o tétano e a difteria. Muitas mulheres grávidas, no entanto, não estão se vacinando.
Dados nacionais de 2019 a 2024 mostram que as crianças menores de um ano de vida representaram mais de 52% dos casos de coqueluche. Em seguida crianças entre 1 e 4 anos, com cerca de 22%.
Essa é uma doença de notificação compulsória. Foram registrados 3,1 mil casos de coqueluche em 2015 no País. De lá pra cá, observou-se uma diminuição do número de casos confirmados: em 2023, foram 214 casos e, até abril de 2024, foram 31.