Notícias e análises sobre medicina e saúde com a jornalista Cinthya Leite

Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
SURTO

Mpox não é 'a nova covid', afirma diretor regional da OMS

OMS declarou surto recente de mpox na África como "emergência de saúde pública de preocupação internacional", após identificação de nova variante

Cadastrado por

ABr com Estadão Conteúdo

Publicado em 20/08/2024 às 11:40 | Atualizado em 20/08/2024 às 11:48
Partículas do vírus mpox (rosa) encontradas dentro de uma célula infectada (amarelo), cultivada em laboratório. Imagem capturada no NIAID Integrated Research Facility (IRF) em Fort Detrick, Maryland - NIAID

Uma autoridade da Organização Mundial da Saúde (OMS) ressaltou nesta terça-feira, 20, que a infecção viral mpox não é "a nova covid".

"Podemos e devemos combater a mpox juntos", afirmou o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, em comunicado divulgado no site do órgão.

"Então, vamos escolher implementar os sistemas necessários para controlar e eliminar a mpox globalmente? Ou entraremos em outro ciclo de pânico e negligência? Como responderemos agora e nos próximos anos será um teste crítico para a Europa e o mundo."

Segundo Hans Kluge, "sabemos muito sobre a variante 2. Ainda precisamos aprender mais sobre a variante 1. Com base no que sabemos, a mpox é transmitida sobretudo através do contato da pele com as lesões, inclusive durante o sexo", disse.

No último dia 14, a OMS declarou um recente surto de mpox na África como "emergência de saúde pública de preocupação internacional", após a identificação de uma nova variante da doença.

Um dia depois, foi confirmado um caso da variante na Suécia, no primeiro sinal de propagação da doença fora do continente africano.

Controle da doença

O diretor regional da OMS lembrou que, há dois anos, foi possível controlar a doença na Europa graças ao envolvimento direto com grupos mais afetados, incluindo homens que fazem sexo com homens (HSH). "Implementamos uma vigilância robusta, investigamos exaustivamente novos contatos de pacientes e fornecemos conselhos sólidos de saúde pública", detalhou.

"Mudança de comportamento, ações não discriminatórias de saúde pública e vacinação contra a mpox contribuíram para controlar o surto [em 2022]", disse. "Mas, devido à falta de compromisso e de recursos, falhamos na reta final", alertou, ao citar que a Europa registra atualmente cerca de 100 novos casos da variante 2 todos os meses.

Emergência global

Para Kluge, a nova emergência global por mpox (provocada pela nova variante 1) permite que o continente volte a se concentrar também na variante 2. Dentre as ações destacadas por ele estão fortalecer a vigilância e o diagnóstico de casos e emitir recomendações de saúde pública, inclusive para viajantes, "baseados na ciência, não no medo, sem estigma e sem discriminação".

O diretor OMS Europa destacou ainda a necessidade de aquisição de vacinas e medicamentos antivirais para os que mais precisam, conforme estratégias de risco. "Em suma, mesmo que reforcemos a vigilância contra a nova variante 1, podemos – e devemos – nos esforçar para eliminar a variante 2 do continente de uma vez por todas", preconizou.

"A necessidade de uma resposta coordenada, neste momento, é maior na região africana. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças na África declarou a mpox uma emergência continental pouco antes da declaração global feita pela OMS. A Europa deve optar por agir em solidariedade", concluiu, ao citar ações imediatas para o que classificou como "momento crítico", como também ações de longo prazo.

Tags

Autor

Webstories