As polícias Civil e Militar deram início às investigações para apurar o caso do policial militar que matou a esposa grávida, na manhã desta terça-feira (20), no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, e atirou contra quatro colegas de farda em um batalhão da Polícia Militar.
Depois de matar a esposa, identificada como Cláudia Gleice da Silva, de 33 anos, o soldado da PM invadiu a sede do 19º Batalhão, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, e atirou contra os outros militares. Em seguida, ele se matou.
Um dos policiais baleados, identificado como tenente Wagner Souza, morreu no 19º Batalhão. Os outros três PMs foram levados para hospitais do Recife.
ESTADOS DE SAÚDE DOS POLICIAIS BALEADOS
A assessoria do Hospital da Restauração (HR), no Derby, área central do Recife, informou que sargento Maurino Uchoa, ferido por um tiro de raspão, passou por atendimento no local e recebeu alta por volta das 13h.
Já a assessoria do Real Hospital Português informou que "dois pacientes com ferimento por projétil de arma de fogo deram entrada na emergência". O hospital não tem autorização para divulgar o estado de saúde.
Mas a Polícia Militar informou, em nota, que a major Aline Maria Lopes dos Prazeres Luna passou por cirurgia e está na UTI. Já cabo Paulo Rebelo, ferido no ombro, encontra-se internado para avaliações médicas.
Amigos e familiares da major, identificada como Aline Maria Lopes dos Prazeres Luna, fazem um apelo por doações de sangue (de qualquer tipo). Quem puder doar, deve se dirigir ao HIENE, na Rua Tabira, no bairro da Boa Vista, no Recife.
INVESTIGAÇÕES
À TV Jornal, uma prima do soldado da PM informou que ele teria enviado uma mensagem a mãe dizendo que "fez besteira" e que iria se entregar. VEJA O VÍDEO:
"Ele sempre foi um pouco estressado. Mandou mensagem para a mãe dizendo que fez besteira e que iria se entregar", afirmou a mulher, que preferiu não se identificar.
A Polícia Militar de Pernambuco informou, em nota, que "todos os fatos ocorridos na sede do batalhão serão apurados através de Inquérito Policial Militar, enquanto a morte da esposa do soldado Guilherme será apurada pela Polícia Civil".
CASOS DE FEMINICÍDIOS EM PERNAMBUCO
No último mês de novembro, três casos de feminicídio foram registrados em Pernambuco. Foram duas mortes a menos do que no mesmo mês de 2021.
No total de janeiro a novembro de 2022, foram 63 mortes violentas motivadas por questões de gênero contra mulheres. Já no mesmo período do ano passado, a polícia somou 81 registros. A queda foi de 22,2%.
COMO PEDIR AJUDA
Para denunciar violência doméstica ou obter informações sobre a rede de proteção, o número da Ouvidoria Estadual da Mulher é 0800-281-8187. Em situação de emergência policial, a orientação é ligar para o 190.
ESTATÍSTICAS
35.615 denúncias de violência doméstica de 1º de janeiro a 31 de outubro de 2022
Recife lidera, com 7.645 queixas
Petrolina aparece em seguida, com 1.874 registros
Número de queixas por faixa etária:
0 a 11 anos - 528 (1,48%)
12 a 17 anos - 1.351 (3,79%)
18 a 29 anos - 11.904 (33,43%)
30 a 64 anos - 20.485 (57,52%)
65 anos ou mais - 1.136 (3,19%)
Não informado - 211 (0,59%)
Jaboatão dos Guararapes aparece em segundo lugar, com 2.254 denúncias