Os coordenadores de três Centros de Apoio Operacional do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) se reuniram, na segunda-feira (23), para tratar da situação das prévias carnavalescas em Olinda, que têm sido encerradas às 19h pela Polícia Militar.
Conforme publicado pelo JC, a interrupção da prévia do TCM John Travolta, no último domingo (22), causou indignação de agremiações, músicos e foliões. Nesta quarta-feira (25), o MPPE se reunirá, às 16h, para tratar do assunto, na Sede de Promotorias de Justiça da Capital.
Os coordenadores antecipam que a reunião da quarta visa garantir a dinâmica dos festejos carnavalescos, em meio à necessidade de regular atividade de segurança aos participantes, sob a governança do município, organizadora dos festejos, em favor da livre manifestação das expressões artísticas e culturais, típicas deste período do ano, e a compatibilização dessas manifestações com as medidas necessárias de segurança a todos.
A coordenadora do CAO Defesa Social e Controle Externo da Atividade Policial, Promotora de Justiça Helena Martins, tomou conhecimento do ocorrido no Sítio Histórico, quando o bloco TCM John Travolta teve seu desfile interrompido no último domingo por policiais militares. De acordo com relatos, houve, inclusive, ameaças de prisão e apreensão de instrumentos musicais, apesar do cortejo estar ocorrendo sem tumultos.
"Tivemos uma reunião onde procuramos saber o que está ocorrendo para que o MPPE possa se posicionar e buscar, junto à PM e à Prefeitura de Olinda, uma solução para que as prévias carnavalescas e o período de Carnaval ocorram de forma agradável para o público, moradores e agremiações", comentou Helena Martins.
Na reunião inicial do MPPE, a coordenadora do CAO Meio Ambiente, Belize Câmara, que atua originalmente como Promotora de Justiça em Olinda, recordou de um TAC proposto pelo MPPE em 2017 quanto a horários de prévias. Entretanto, ela pontuou que o documento é antigo, antes do período da pandemia de Covid-19, quando ocorreu a suspensão da folia carnavalesca, o qual estabelecia como horário limite o das 20h.
“Nesse primeiro momento, estamos colhendo informações para termos uma reunião com a PM e a Prefeitura de Olinda. Assim, saber o que realmente está motivando essa atitude policial, intermediar os diálogos e encontrar uma solução a contento”, frisou a coordenadora do CAO Defesa Social, Helena Martins.
Já o Promotor de Justiça Fabiano de Melo Pessoa, Coordenador do CAO de defesa da Cidadania, também presente na reunião, pontuou que “em eventos e manifestações da cultura popular, a ação do Estado, deve ser de procurar compatibilizar a livre manifestação da cultura com as demais ponderações necessárias para o exercício desta atividade, em meio aos eventuais impactos em outros contextos da comunidade local. Assim, a polícia deve ter papel de garantia da mediação para o exercício da manifestação cultural, garantindo a segurança dos participantes e da comunidade local, sem extrapolar esses limites na sua atuação.”