A tragédia da Boate Kiss completou 10 anos no último dia 27 de janeiro. No total, 242 pessoas morreram e 636 ficaram feridas no incêndio.
O incêndio começou na madrugada, quando um dos membros da banda Gurizada Fandangueira acendeu um objeto pirotécnico e as faíscas atingiram a espuma de isolamento do teto da Boate Kiss.
O produto era inapropriado para uso interno e produziu substâncias tóxicas quando foi queimado.
As mais de 800 pessoas presentes na Boate Kiss tentaram fugir, mas a fumaça e o fogo avançaram rapidamente.
Muitos corpos foram encontrados nos banheiros da Boate Kiss, que foram confundidos com a saída do local.
Veja como a Boate Kiss ficou após o incêndio
Relatos das vítimas do incêndio na Boate Kiss
*Com informações da Agência Brasil
Durante o julgamento da tragédia, Emmanuel Almeida, que estava na Boate Kiss naquele dia, disse que não soou alarme ou acederam luzes indicativas para a rota de saída de emergência quando o incêndio começou. “Um estado insuportável. As pessoas entraram em pânico”, contou.
Gabriel Rovadoschi, atualmente presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), explicou o que sentiu no momento em que tentava se salvar.
“Eu coloquei a camiseta na frente da boca e do nariz. Tentei não respirar. Foi como se eu tivesse mergulhando", detalhou ao falar que precisou pisar em alguém caído no chão para fugir do local.
Kelen Ferreira foi uma das primeiras a ser socorrida, porém, durante o incêndio, sua sandália ficou presa e estrangulou o tornozelo enquanto ela era arrastada.
"A última vez que eu corri foi para tentar me salvar da morte", falou durante seu depoimento. A jovem precisou amputar o pé direito e teve 18% do corpo queimado, o que resultou em marcas nos seus braços.