Delegada que liderou operações contra Prefeitura do Recife ganha cargo no governo Raquel Lyra

Mariana Cavalcanti também comandou operação contra servidores do governo Paulo Câmara, em 2021
Raphael Guerra
Publicado em 13/02/2023 às 9:58
Delegada federal Mariana Cavalcanti é a nova corregedora da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco Foto: Polícia Federal/Divulgação


A delegada federal Mariana Cavalcanti, que ficou conhecida por liderar investigações de corrupção contra a Prefeitura do Recife durante a pandemia da covid-19, aceitou o convite para ocupar um cargo no governo Raquel Lyra. 

Mariana Cavalcanti assumiu o comando da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco. Na semana passada, a delegada federal já participou de uma reunião na Secretaria de Planejamento para discutir o Programa Estadual de Segurança Pública.

Na Polícia Federal em Pernambuco, mais recentemente, Mariana Cavalcanti comandou a Delegacia Regional de Repressão ao Crime Organizado. Em 2020, a delegada federal liderou operações contra a Secretaria de Saúde do Recife após indícios de desvios de verba pública que deveria ser destinada para atendimento aos pacientes com a covid-19.

A delegada federal chegou a solicitar a prisão do então secretário municipal de Saúde, Jailson Correia, e de outros gestores da prefeitura do Recife, mas os pedidos foram negados pela Justiça Federal.

Em outubro de 2021, Mariana também comandou investigação para apurar corrupção envolvendo servidores do Gabinete de Projetos Estratégicos do governo de Pernambuco. Na época, ela declarou que "as investigações revelaram que um secretário do governo do Estado vinha recebendo vantagens financeiras em troca de favores políticos". 

CORREGEDORIA GERAL DA SDS

Agora à frente da Corregedoria Geral da SDS, a delegada federal Mariana Cavalcanti tem a missão de criar ações para coibir os casos de desvios praticados por policiais e também de "destravar" processos administrativos disciplinares parados.

Em 30 de março de 2022, uma perseguição policial resultou na morte da menina Heloysa Gabrielle, de 6 anos, que brincava no meio da rua, na comunidade de Salinas, em Porto de Galinhas, Litoral Sul de Pernambuco. Na época, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) afirmaram que houve uma troca de tiros com um suspeito. Mas investigações apontaram que só os PMs atiraram.

O cabo da PM apontado como culpado pelo tiro que matou a menina já virou réu e aguarda o andamento do processo na Justiça. Apesar disso, na Corregedoria, o processo administrativo ainda não foi concluído e nenhum PM foi punido.

Outro processo ainda sem punição é o dos policiais militares acusados pelo homicídio do adolescente Victor Kawan Souza da Silva, de 17 anos, no bairro de Sítio dos Pintos, Zona Norte do Recife. O caso foi em 11 de dezembro de 2021.

A investigação da Polícia Civil apontou que os militares mentiram e ainda fraudaram provas para atrapalhar o inquérito. Eles viraram réus, foram presos (um PM está no presídio militar e a outra em prisão domiciliar) e aguardam julgamento. Mas, no âmbito administrativo, o processo da Corregedoria não foi finalizado.

Desde dezembro de 2021, estava previsto o início do projeto-piloto do uso de câmeras nas fardas dos policiais militares, mas isso ainda não aconteceu. A SDS alega que aguarda a empresa vencedora da licitação entregar os equipamentos.

O 17º Batalhão, com sede em Paulista, no Grande Recife, será o primeiro a usar as bodycams, como as câmeras são chamadas. O uso, certamente, vai ajudar no trabalho de combate à violência policial e também contribuirá com as investigações da Corregedoria. 

 

 

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