O anúncio das primeiras ações e diretrizes do programa Juntos pela Segurança, do governo de Pernambuco, na tarde desta segunda-feira (31), contou a presença de secretários estaduais, deputados, prefeitos, representantes da sociedade civil, além de profissionais da segurança.
No auditório do Teatro Guararapes, a socióloga e coordenadora-executiva do Gabinete Assessoria Jurídica Organizações Populares (Gajop), Edna Jabotá, acompanhou toda a apresentação. E destacou alguns pontos que considerou positivos, como a proposta de criação do Sistema Estadual de Prevenção à Violência e do Sistema Estadual de Inteligência - este tão necessário para o combate mais eficaz das organizações criminosas que avançam pelos municípios.
"Também é interessante o fato de os indicadores de violência contra a mulher estarem no centro da política (de segurança) ao lado de indicadores dos crimes violentos contra o patrimônio e das mortes violentas intencionai", citou.
No anúncio, o governo estadual afirmou que três indicadores da violência estão sendo levados em consideração na hora de mapear os territórios mais violentos: mortes intencionais, crimes contra o patrimônio (roubos a transeuntes e roubos de veículos) e violência contra a mulher. Antes, no Pacto pela Vida, o principal indicador era a morte violenta.
"Além disso, também é interessante a ideia apresentada de que esses dados de violência contra a mulher estão sendo compartilhados em tempo real com a Secretaria da Mulher para que as políticas de proteção sejam mais efetivas", afirmou Edna Jabotá, que também é uma das integrantes do Conselho Estadual de Segurança Pública.
Edna Jatobá criticou o fato de o governo estadual ter demorado sete meses para apresentar o Juntos pela Segurança e, só agora, ter convocado a sociedade a participar com ideias.
"Demorou sete meses para um diagnóstico e estruturação de objetivos, diretrizes e ações estratégicas. Contudo, a participação da sociedade civil organizada se dará de maneira relâmpago e com cronograma que sequer passou pelo Conselho Estadual de Segurança Pública?", questionou.
Ela também criticou a decisão do governo de a sociedade civil só ser chamada para participar de uma oficina (com tema prevenção). Outras, como ressocialização e cidades seguras, não terão a presença da sociedade na construção do plano.
Com faixas e cartazes evidenciando a falta de segurança no Estado e a falta de valorização dos profissionais, a diretoria do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) acompanhou o evento de lançamento do Juntos pela Segurança.
"Nós esperávamos mais do projeto 'Juntos Pela Segurança'. Porém, na apresentação não vimos o anúncio de medidas mais concretas, embora a governadora tenha reafirmado compromisso com varios pontos de nossas reivindicações, como estrutura, cuidado com a saúde mental e necessidade urgente de efetivo. Vimos apenas a divulgação de concurso com vagas muito aquém das necessidades reais”, afirma o presidente da entidade, Rafael Cavalcanti.
Rafael levou para o ato a carta compromisso assinada por Raquel Lyra durante a campanha ao governo estadual.
"É fundamental que a gente possa ter investimentos adequados na segurança pública e a governadora se comprometeu lá no próprio sindicato, ainda quando era candidata, a mudar a curva da falta de investimentos que Pernambuco vem sofrendo. É preciso investir em segurança pública, em estrutura, contratação de pessoal e valorização do efetivo", ressaltou Rafael.
Na chegada de Raquel Lyra ao Centro de Convenções, o presidente do Sinpol-PE a cumprimentou, questionando sobre a valorização do Policial Civil e a campanha salarial da categoria.
"Rafael, eu não esqueci de vocês. Só peço mais um pouco de paciência, pois a valorização irá sair", garantiu a governadora.