Notícias sobre segurança pública em Pernambuco, por Raphael Guerra

Segurança

Por Raphael Guerra e equipe
MORTES NO RIO

Polícia suspeita que engano levou à execução de três médicos no Rio

Imagens de câmeras de segurança do quiosque fornecidas pela Polícia Civil do Rio mostram três homens aparentemente encapuzados descendo de um veículo e indo em direção aos médicos

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Estadão Conteúdo

Publicado em 05/10/2023 às 21:25
Médicos assassinados no Rio de Janeiro - REPRODUÇÃO

Três médicos - Perseu Ribeiro Almeida, Marcos de Andrade Corsato e Diego Ralf Bonfim - foram mortos com dezenas de tiros, na madrugada desta quinta-feira (5), em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Outro médico, Daniel Sonnewend Proença, sobreviveu e se encontra hospitalizado. A principal hipótese da polícia, com base em interceptações telefônicas, é de que um dos profissionais foi confundido com um miliciano.

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Na ligação, interceptada com autorização judicial em investigação sobre milicianos na zona oeste, um homem diz a outro que "acho que é posto 2"? e recebe uma resposta que é inaudível. A voz seria de Juan Breno Malta, conhecido como BMW e principal auxiliar do Philip Motta, o Lesk, ambos, segundo a polícia, ligados à milícia e ao tráfico. Lesk teria rompido com milicianos para aderir ao Comando Vermelho.

INVESTIGAÇÃO POLICIAL

Segundo a polícia, BMW havia recebido a informação de que o miliciano Taillon Alcântara Pereira Barbosa estava no quiosque da Naná e tentou explicar o local para o comparsa incumbido do ataque. O quiosque da Naná, no entanto, fica entre os postos 3 e 4 da orla.

Taillon é filho de Dalmir Pereira Barbosa, que, segundo a polícia, é líder de uma milícia da zona oeste e vive em confronto com a quadrilha de Lesk. Taillon é parecido fisicamente com Perseu Almeida. Outro indício de que o crime tem relação com a quadrilha de Lesk é que o carro usado, um Fiat Pulse, foi rastreado pela polícia e seguiu até a favela de Cidade de Deus, que é uma base do Comando Vermelho.

Imagens de câmeras de segurança do quiosque fornecidas pela Polícia Civil do Rio mostram três homens aparentemente encapuzados descendo de um veículo e indo em direção aos médicos para efetuar os disparos. Alguns dos criminosos atiram várias vezes nas vítimas. "Agentes do 31° BPM chegaram a efetuar buscas para encontrar os acusados, mas nada foi constatado. O policiamento foi reforçado na região", disse a Polícia Militar do Rio.

Por determinação do secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, e do delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, a polícia paulista enviou uma equipe do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ao Rio para auxiliar nas investigações. "A Secretaria da Segurança Pública (SSP) se solidariza com os familiares das vítimas e está à disposição para colaborar com as apurações para esclarecer os fatos", disse o órgão. Em nota, o governador Cláudio Castro disse ter determinado à Polícia Civil que "empregue todos os recursos necessários para chegar à autoria do crime bárbaro que tirou a vida de três médicos e feriu outro na Barra da Tijuca". "Minha solidariedade aos familiares das vítimas. Esse crime não ficará impune!"

No início da tarde, representantes das forças de segurança do Rio, do Ministério Público do Estado e da Polícia Federal fizeram um pronunciamento em que afirmaram estar despendendo "todos os esforços" para elucidar o crime, que definiram como bárbaro. "Todos os protocolos de homicídio estão sendo devidamente adotados. A Polícia Civil está se utilizando de todas as ferramentas, de todos os recursos para conseguir o máximo de provas e dar uma resposta efetiva a esse caso", afirmou o delegado Henrique Damasceno, titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

REPERCUSSÃO

Diego Ralf é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que cobrou apuração do caso e se disse "devastada". Por meio das redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que recebeu com grande tristeza e indignação a notícia. O ministro da Justiça, Flávio Dino, classificou o assassinato dos três médicos como "execução" e colocou a Polícia Federal à disposição logo após as primeiras informações sobre o crime.

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