Uma garota de 13 anos morreu após ser vítima de bala perdida durante um confronto entre policiais militares e criminosos na comunidade da Vila São Miguel, no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife. Vitória Maísa Martins de Souza foi atingida com um tiro na cabeça na noite do último sábado (17) e, dois dias depois, morreu no Hospital da Restauração (HR), onde estava internada.
De acordo com a versão da Polícia Militar de Pernambuco, uma equipe do 12º Batalhão pediu apoio à central de operações, na noite do sábado, informando que dois homens em uma motocicleta teriam disparado tiros contra o efetivo, "que não teria revidado", na Rua Turiacu.
Segundo testemunhas, a adolescente estava na porta de casa, aguardando o namorado, que havia saído para comprar refrigerante, quando foi baleada na cabeça. Ela foi socorrida e encaminhada pelos policiais até a Policlínica de Afogados. Depois foi transferida para o HR, onde não resistiu.
"Os suspeitos se evadiram e o efetivo não foi atingido pelos disparos e continua realizando buscas a fim de encontrar e prender os suspeitos", afirmou o texto divulgado pela Polícia Militar nesta terça-feira (20).
A PM declarou ainda que a população pode ajudar informações por meio do número 190, apresentando características físicas dos suspeitos e do veículo utilizado na ação criminosa. "A identidade dos denunciantes é mantida em sigilo e não há necessidade de se identificar."
INVESTIGAÇÃO
A Polícia Civil de Pernambuco informou que o caso foi registrado por meio da Equipe de Força Tarefa de Homicídios na Capital como homicídio consumado. Disse ainda que "as investigações foram iniciadas de pronto e continuam até o esclarecimento total do ocorrido".
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que tomou conhecimento do caso pela imprensa, também vai acompanhar o andamento das investigações para esclarecer de quem partiu o tiro que matou Vitória.
LIBERAÇÃO DE CORPO E PEDIDO DE JUSTIÇA
Familiares e amigos da adolescente estiveram no Instituto de Medicina Legal (IML), nesta terça-feira (20), para liberação do corpo.
"Disseram que houve troca de tiros com a polícia. A gente quer saber de onde saiu o tiro, se da polícia ou dos bandidos. A gente espera que a justiça seja feita. Minha filha era muito popular, muito querida na favela, no colégio", disse o pai da vítima, Josué Martins, em entrevista à TV Jornal.
"O que eu quero é justiça, porque provas têm", afirmou a mãe, sem se identificar.
O corpo da garota será enterrado no Cemitério de Santo Amaro nesta tarde.