O empresário Xinxa Goes de Siqueira, de 45 anos, conhecido como o Xinxa da Cebola, deixou o Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), na noite dessa sexta-feira (9). A Justiça concedeu um alvará de soltura, após analisar pedido da defesa do suspeito de comandar um grupo especializado em crimes como lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e agiotagem.
Xinxa da Cebola estava preso desde 31 de julho, após a Polícia Federal deflagrar a Operação Duplo X. Segundo as investigações, o grupo teria movimentado R$ 70 milhões nos últimos cinco anos.
Na ocasião, o delegado federal Márcio Tenório, declarou que Xinxa é dono de uma empresa de hortifrúti e que tem fornecedores de cebola espalhados por todo o Estado para fazer o abastecimento de cebola no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), no bairro do Curado, na Zona Oeste do Recife. Mas que, paralelamente à venda de cebola e outras verduras, ele estaria praticando crimes.
Segundo o delegado, a prisão preventiva do Rei de Cebola, como também é conhecido no Estado, foi solicitada após mensagens indicarem que ele emprestava armas de fogo para criminosos.
"Ele é CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador). Ele empresta as armas para conhecidos. Provavelmente ele aluga essas armas, pelo que ficou evidente nas conversas que ele tem com os interlocutores", pontuou Tenório, na coletiva de imprensa realizada após a operação.
Além da prisão dele, a operação Duplo X cumpriu oito mandados de busca e apreensão em endereços comerciais e residenciais de pessoas físicas e de empresários no Recife, Jaboatão dos Guararapes, Paudalho, Cabrobó e Fortaleza. O grupo também tinha atuação em São Paulo.
Na operação, 24 veículos de luxo, incluindo uma ferrari, foram apreendidos. Segundo a PF, estão avaliados em mais de R$ 30 milhões. Alguns deles foram recolhidos em uma loja em Fortaleza, que seria de fachada.
Seis cavalos de raça, estimados em R$ 10 milhões, também foram apreendidos pelos policiais federais.
CRIMES ATRIBUÍDOS AO GRUPO
As investigações continuam, mas a Polícia Federal informou que o grupo deve ser indiciado pelos crimes de lavagem de capitais, organização criminosa, sonegação fiscal, porte ilegal de arma de fogo e usura/agiotagem.
As penas ultrapassam os 30 anos de reclusão.
O JC não conseguiu contato com a defesa do empresário.