Justiça autoriza Polícia Civil a usar Ferrari e Land Rover apreendidos em operação envolvendo Deolane Bezerra e Gusttavo Lima
Justiça de Pernambuco autorizou a Polícia Civil a utilizar, por até sete meses, dois carros de luxo apreendidos na Operação Integration
Em uma decisão recente, a Justiça de Pernambuco autorizou a Polícia Civil a utilizar, por até sete meses, dois carros de luxo apreendidos na Operação Integration, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro relacionado a jogos ilegais.
A operação tem como alvos notórios a influenciadora Deolane Bezerra e o cantor Gusttavo Lima, entre outros envolvidos. A medida visa conscientizar o público sobre o combate a crimes de colarinho branco, segundo o orgão.
A ordem, emitida pela juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, permite o uso de uma Ferrari Purosangue, avaliada em R$ 7,1 milhões, e de uma Land Rover RRS P530 LE, de aproximadamente R$ 1 milhão.
Ambos os veículos estarão expostos na Delegacia Geral e em eventos institucionais, mas seu uso para operações de rotina foi proibido. A Ferrari, comprada em julho por Darwin Henrique da Silva Filho, dono do Esportes da Sorte, e a Land Rover, cujo dono não foi especificado, são alguns dos bens de luxo confiscados.
Objetivo pedagógico e conscientização
De acordo com a decisão, a exibição dos veículos em ambientes internos da Polícia Civil terá uma finalidade educativa, especialmente para jovens e adolescentes, demonstrando o trabalho da instituição contra organizações criminosas.
"A exposição dos veículos deve seguir a diretriz pedagógica, visando conscientizar a população, especialmente a juventude, sobre a atuação da Polícia Civil no combate a crimes de colarinho branco e na luta contra organizações criminosas. Afinal de contas, a educação é uma ferramenta poderosa de empoderamento", afirmou a juíza na decisão.
Desdobramentos da Operação Integration
A Operação Integration, deflagrada no dia 4 de setembro, cumpriu diversos mandados de prisão e apreensão em estados como Pernambuco, Paraíba, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás.
A investigação revelou indícios de um esquema de lavagem de dinheiro proveniente de jogos ilegais, envolvendo figuras públicas e empresários.
Após a operação, Gusttavo Lima foi indiciado por envolvimento em lavagem de dinheiro e organização criminosa. Durante a investigação, o avião do cantor foi apreendido em São Paulo enquanto ele estava na Grécia.
Em meio aos desdobramentos judiciais, a influenciadora Deolane Bezerra foi detida, depois teve uma breve passagem pela prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, mas acabou sendo presa novamente, para enfim ser solta, beneficiada por um habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
No dia 23 de setembro, a juíza Andréa Calado decretou a prisão preventiva de Gusttavo Lima e de seu empresário, Bóris Maciel Padilha. No entanto, poucas horas antes, o cantor deixou o Brasil em um voo privado para Miami, nos Estados Unidos.
Dias depois, o Tribunal de Justiça de Pernambuco revogou a ordem de prisão preventiva, com o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão.