Inquéritos apuram assassinato de policial militar no Recife; autor também é PM
Morte aconteceu durante discussão no bairro de Água Fria, na Zona Norte, na noite da sexta-feira (3). Responsável alegou legítima defesa
Dois inquéritos foram instaurados para apurar o assassinato do cabo da Polícia Militar Misael Matheus da Silva, de 29 anos, ocorrido no bairro de Água Fria, na Zona Norte do Recife, na noite da sexta-feira (3).
O autor dos tiros, o também PM Thiago José da Silveira Amorim, 39, está em liberdade. Após atirar no colega de farda, ele se apresentou à polícia e alegou legítima defesa.
Uma câmera de segurança filmou a morte de Misael, que tinha o apelido de "Cobra Policial" e era conhecido por compartilhar dicas de segurança no Instagram, onde somava mais de 76 mil seguidores.
A confusão ocorreu por volta das 22h50, em frente a um bar na Rua da Regeneração. Inicialmente, Misael estava na calçada, conversando com a esposa. As imagens registraram o momento em que uma viatura da PM passou pelo local e fez uma manobra para desviar de uma caminhonete que estava parada.
Na sequência, outro carro precisou fazer a mesma manobra para evitar uma colisão. Misael viu a cena e andou até a caminhonete. Foi nesse momento que o motorista, Thiago José, realizou os disparos de tiros.
As imagens ainda mostraram que Misael se abaixou e se afastou do carro. Ele segurava uma arma, que caiu no chão no momento em que ele tentou fugir. A vítima, atingida por dois tiros, sendo um no tórax e outro em uma mão, ainda caminhou por alguns metros, mas morreu no local.
Por fim, o autor dos tiros saiu do carro, pegou a arma de vítima e deixou o local dirigindo.
INVESTIGAÇÃO
Thiago José é lotado no Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv). Logo após os tiros contra o colega de farda, ele se apresentou ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife.
Em depoimento, Thiago declarou que estava no carro observando a movimentação do bar, quando Misael se aproximou com uma arma de fogo em punho e começou a discutir com ele. Por isso, decidiu efetuar os disparos em legítima defesa. Thiago afirmou ainda que não conhecia a vítima.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do assassinato. A Delegacia de Polícia Judiciária Militar também abriu procedimento semelhante. Detalhes não foram divulgados.
DESPEDIDA
Familiares e amigos do policial militar morto estiveram, na manhã deste domingo (5), no Cemitério de Santo Amaro, na área central do Recife. Eles preferiram não falar com a imprensa.
Misael estava na Polícia Militar de Pernambuco havia sete anos. Além da esposa, ele deixou um filho de idade não informada.