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Número de pessoas que não querem ser rastreadas em apps como Facebook, WhatsApp e YouTube surpreende

Somente 4% dos usuários nos Estados Unidos aceitaram ser rastreados no novo iOS da Apple; no mundo, o número chega a 12%

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Guilherme Ravache

Publicado em 10/05/2021 às 17:39
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O novo recurso de privacidade da Apple, que exige que os desenvolvedores peçam permissão para rastrear usuários iOS para segmentação de anúncios, finalmente entrou no ar dias atrás, com o lançamento do iOS 14.5. Após alguns dias do novo sistema operacional de iPhones, iPads e iPods funcionando, pesquisa aponta que 96% dos usuários optaram por não serem rastreados.

Parece que nos Estados Unidos, o maior mercado publicitário do mundo, os desenvolvedores de aplicativos e anunciantes que contam com publicidade móvel segmentada para obter receita estão vendo seus piores pesadelos se materializarem.

Seja pelo fato das pessoas não darem atenção em mudar a configuração do novo sistema, que já vem com a opção de não rastrear o usuário ativa, ou porque estão preocupadas com o fato de terem seus dados nas mãos de empresas que nem imaginam, a realidade é que uma bomba caiu no mercado publicitário.

A quase totalidade dos usuários se negando a permitir o rastreamento é um número muito pior do que se imaginava para empresas como o Facebook, que seguiam as pessoas por toda a internet para entender o que elas gostavam e, a partir desses dados, mostravam publicidades mais efetivas.

Pela nova política da Apple, chamada App Tracking Transparency, os aplicativos para iPhone, iPad e Apple TV agora precisam solicitar permissão dos usuários para usar técnicas como IDFA (ID para anunciantes) para rastrear a atividade desses usuários em vários aplicativos para fins de coleta de dados e segmentação de anúncios.

Os dados que apontam a adesão de somente 4% das pessoas aos anúncios vêm da Flurry Analytics, de propriedade da Verizon. A empresa diz ser usada em mais de um milhão de aplicativos móveis. A Flurry afirmou que irá atualizar os dados diariamente para que os seguidores possam ver a tendência à medida que avança.

Com base nos dados desses um milhão de aplicativos, a Flurry Analytics diz que os usuários dos EUA concordam em ser rastreados apenas 4% das vezes. O número global é significativamente maior, 12%, mas ainda está abaixo das estimativas de algumas empresas de publicidade.

Os dados da Flurry Analytics mostram que os usuários rejeitam o rastreamento a taxas muito mais altas do que as previstas por pesquisas realizadas antes do iOS 14.5 entrar no ar. Uma dessas pesquisas dizia que 40%, e não apenas 4%, aceitariam o rastreamento quando solicitado.

O CEO da Apple, Tim Cook, explicou anteriormente a mudança, dizendo no Twitter: "Acreditamos que os usuários devem ter a escolha sobre os dados que estão sendo coletados sobre eles e como são usados. O Facebook pode continuar a rastrear usuários em aplicativos e sites como antes. A transparência de rastreamento no iOS 14 exigirá apenas que eles peçam sua permissão primeiro. "

A julgar pelos números, a resposta dos usuários da Apple veio em alto e bom tom. Pior para o Facebook, que já previa piora nos resultados com 40% de adesão. Com somente 4%, vai ficar cada vez mais difícil para a empresa de Mark Zuckerberg adivinhar o que você está pensando ao sugerir anúncios. E deve crescer a pressão sobre o Google para também aumentar a privacidade dos usuários no Android. Afinal, há risco de mais pessoas buscarem refúgio (e privacidade) na Apple, que usa a privacidade como uma das vantagens de sua marca.

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