Levino Ferreira (1890/1970) pouco lembrado pelos pernambucanos, é celebrado, com Capiba (Lourenço da Fonseca Barbosa, 1904/1997), em
Frevo capoeira, faixa do álbum
Nossa parceria, de Moraes Moreira e Davi Moraes, numa mistura de frevo baiano e pernambucano, com letra saudosista, que também não esquece o carnavalesco bairro do São José. Viabilizado pela aprovação em edital da Petrobrás, o disco tem como embrião três parcerias de pai com filho, que estariam no repertório do primeiro lançamento solo do Davi Moraes. Com o patrocínio do edital, resolveram estender as parcerias para um novo projeto.
A dupla estava inspirada, e chegou a um disco que evoca o espírito dos Novos Baianos, em sambas com uma malemolência soteropolitana, em que o cavaquinho de Davi é o instrumento de destaque. Das dez faixas, seis são inéditas. Das outras quatro,
Coração a batucar, já teve registro na voz de Maria Rita (no álbum
Elo, 2011),
Bahia, oi, Bahia, (Vicente de Paiva e Augusto Mesquita), foi sugestão de João Gilberto (lançado pelos Anjos do Inferno em 1940). A faixa de abertura,
Bossa capoeira, é o do lendário sambista baiano Batatinha, e
Centro da saudade, foi gravada por Carlinhos Brown, co-autor da música, com David Moraes e Pedro Baby.
Dois instrumentais reforçam o clima Novos Baianos .
Nossa parceria, que fecha o disco, é uma jam de que participaram Davi, Alberto Continentino, Cesinha e Marlon Sette, e desvia-se do samba, para adentrar a seara do funk brasuca anos 70, mezzo Tim Maia, mezzo Banda Black Rio. Davi Moraes e Moraes Moreira fizeram um daqueles discos que fluem harmoniosamente, e infelizmente acabam quando a gente está esperando mais.
Confiram Davi Moraes e Moraes Moreira em
Frevo capoeira: