Da compulsão alimentar e depressão ao exemplo fitness: conheça uma história de luta contra a obesidade
Conheça a história de Célia Marques, uma dona de casa que luta contra a obesidade nível 2
A vida é feita de escolhas. E no Dia Mundial da Obesidade e Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, celebrado neste 11 de outubro, a coluna Vida Fit preferiu não falar sobre a necessidade de uma alimentação equilibrada e saudável ou a importância de uma rotina de exercícios. Hoje vamos contar a história de uma dona de casa, uma mulher comum, que está vencendo a depressão, a compulsão alimentar e a obesidade nível 2 apenas fazendo escolhas. A principal delas foi a de se colocar em primeiro lugar.
Célia Marques da Silva mora em Olinda, no Grande Recife, é casada, tem dois filhos - uma adolescente de 13 e um menino de 7 anos -, e é dona de casa. Ela conta que nunca foi uma pessoa de estrutura corporal “magra”, mas depois da segunda gestação viu os números da balança acelerarem. O sobrepeso foi se tornando algo natural, a ponto de ela só perceber que estava obesa quando pesava 120 quilos, há três anos. Mas quem vê Célia hoje nem imagina a batalha que vem travando para hoje ser alguém que incentiva outras pessoas a fazerem a escolha correta a cada alimentação, a cada decisão de sair do sofá e ir se exercitar.
A dona de casa disse que uma peça fundamental nesse processo foi uma cunhada que lhe chamou atenção para a necessidade de tratar aquele sobrepeso como doença. Segundo dados do IBGE, o Brasil tem cerca de 27 milhões de pessoas consideradas obesas. Somando o total de indivíduos acima do peso, o montante chega a quase 75 milhões. “A gente só acha que está gorda, que vai resolver com uma dieta, e acaba não encarando isso como doença, como algo que precisamos de ajuda profissional para enfrentar”, comenta Célia.
Desde que atingiu o auge de sua obesidade, a dona de casa também fez escolhas ruins: dieta por conta própria, talvez tenha sido a pior delas. “Eu fazia todos os tipos de dieta, com jejum, e não sabia que só estava piorando as coisas. Quando essas dietas não davam certo eu me culpava e comecei a ter um processo de compulsão alimentar para descarregar essa frustração. Comia uma panela de arroz, sentava no sofá e comia três ou quatro pacotes de biscoito. Aí de repente me vi numa depressão. Não queria me cuidar, perdi minha autoestima, nem sair de casa eu queria mais. Foi um período bem difícil”, relembra Célia Marques.
As más escolhas de Célia a faziam perder o estímulo. Ela não se encontrava em nenhum esporte, então se sentia incapaz. Focava suas atenções para os afazeres domésticos, educação dos filhos e esquecia de se. Até que encontrou no hábito de pedalar uma forma leve de se exercitar. Agora ela pedala até 30km por dia apenas nos trajetos para realizar suas atividades diárias. A bike virou uma estratégia. “A bicicleta é meu veículo. Nada de Uber, nem ônibus. Onde tenho que ir vou e de bicicleta e assim me forço a me exercitar”, conta a dona de casa.
Mas a grande virada veio há cinco meses, quando ainda pesava 111kg. “Algumas amigas me indicaram entrar no crossfit. Fui, mas não tinha muita expectativa porque já tinha tentando tanta coisa. Só que foi lá que me encontrei. Minha família até estranhou no começo porque eu saí do sedentarismo para treinar 7 dias na semana. Também foi lá que conheci uma nutricionista esportiva que está me acompanhando e nesse período já eliminei dez quilos, minhas medidas reduziram muito, saí do manequim 52 para o 48 e minha meta é chegar aos 80 quilos. Mas além da questão estética, minha família já nota a melhora do meu humor, até meu sorriso está diferente”, celebra Célia.
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A rotina de Célia virou conteúdo para suas redes sociais. Ela mostra suas evoluções, suas refeições dentro do plano alimentar proposto pela nutricionista, frequência de exercícios e até as idas à esteticista. Tudo é conteúdo para incentivar a si e ao próximo. “Eu uso como forma de me cobrar, mas também descobri que tem gente se inspirando . Amigos, familiares e até gente que eu nem conheço mas que desabafa comigo sobre obesidade, depressão, baixa estima", relata.
Como ela consegue? Fazendo escolhas. Célia decidiu se colocar em primeiro lugar. Tem roupa para lavar, casa para arrumar, almoço para fazer. E sempre terá. Os serviços domésticos nunca acabam. Mas Célia entendeu que ela tem outro compromisso: com o seu bem-estar, com o seu futuro. “Parei, pensei: estou perto de completar 40 anos. Preciso me cuidar agora, quero ver meus filhos crescerem, meus netos e até bisnetos. Quero ter saúde e qualidade de vida. Quando procurei a nutricionista eu estava acima do peso, mas minhas taxas estavam ótimas. Isso não quer dizer nada. Obesidade é uma bomba relógio. Tá tudo bem agora, mas depois você vê os reflexos ruins e já vai ser tarde. Eu não quero um projeto verão, quero um projeto para a vida toda”, afirma Célia Marques.
O que é obesidade?
A obesidade é uma doença crônica, que afeta um número elevado de pessoas por todo o mundo. Porém, opção por uma rotina alimentar saudável e a prática de exercícios físicos podem contribuir com a prevenção e tratamento. É caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal e pode acarretar graves problemas de saúde e levar até à morte. A obesidade é fator de risco para uma série de doenças. O obeso tem mais propensão a desenvolver problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, além de problemas físicos como artrose, pedra na vesícula, artrite, cansaço, refluxo esofágico, tumores de intestino e de vesícula. A doença pode, também, mexer com fatores psicológicos, acarretando diminuição da autoestima e depressão.
Dia de combate à obesidade
A Lei 11.721/2008 determina que o 11 de outubro é Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. A data havia sido criada, há cerca de dez anos, pela Federação Latino-Americana de Obesidade, porém reconhecida, em 1999, pelo Governo Federal e instituída no Brasil, na época, com o nome de Dia Nacional de Combate à Obesidade. A World Obesity também adota o dia 11 de outubro como o dia mundial da obesidade. A prevenção contra a obesidade passa pela conscientização da importância da atividade física e da alimentação adequada. O estilo de vida sedentário, as refeições com poucos vegetais e frutas, além do excesso de alimentos ricos em gordura e açúcar precipitam o aumento do número pessoas obesas, em todas as faixas etárias, inclusive crianças.
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