Nutrição

Sentimos diferentes tipos de fome; saiba diferenciar e saciar corretamente

Fuja da fome emocional, ela pode ser um problema compulsivo

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Cadastrado por

Marília Banholzer

Publicado em 09/10/2021 às 8:00
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Você acabou de comer e já está com fome. Quem nunca? Tédio, ansiedade, memórias afetivas e até convenções sociais nos induzem a comer, ou ao menos beliscar a comida, durante diversas vezes ao dia. Especialistas defendem que nós sentimos pelo menos quatro tipos distintos de fome: física (ou fisiológica), emocional, específica e social. Assim, saber identificar e saciar as diferentes formar de vontade de comer pode nos ajudar no processo de emagrecimento.

Para a nutricionista comportamental Renata Beserra (@nutricionista.renatabeserra), é preciso orientar as pessoas para que, ao reconhecer cada tipo de fome, elas possam fazer as escolhas corretas em seus cardápios. "Explicar ao paciente os tipos de fome é importante para ele saber escolher o que comer sem ficar com peso na consciência", explica ela que complementa: "Sentir culpa ao comer um alimento pode ocasionar um transtorno alimentar mais pra frente. Para evitar a culpa, a gente orienta de que se pode comer qualquer alimento dentro de um plano bem estruturado. É preciso, porém, optar por alimentos que tragam benefícios à saúde e deixar para dar umas escapadas em momentos sociais."

A nutricionista orienta ainda que as possam possam fazer um diário do que comem para identificar quais gatilhos são armadilhas para quem está tentando seguir firme em planejamento de alimentação mais saudável. "Acompanhando, a pessoa vai entender que tipo de fome é aquela. Na fome fisiológica, é preciso se alimentar de uma correta, com alimentos nutritivos. Na fome do desejo existe um gatilho que pode ser um cheiro ou a foto de um hambúrguer. Na emocional, muitas vezes a pessoa só quer comer, abre a geladeira e começa a procurar qualquer coisa. E assim, a pessoa vai analisando as escolhas e organizando seu plano alimentar", observa Renata Beserra.

Um dica para descobrir se ainda se tem fome após a refeição e se realmente se deve comer é comer algo, é esperar no mínimo 20 minutos para ver se a fome permanece ou se a vontade de comer já passou. Se ainda não passou, o ideal é beber 1 copo de água fria.

Reconheça os tipos de fome:

Fome física?
É uma necessidade fisiológica de nutrientes. Aquela que o organismo sinaliza fazendo até a barriga começar a “roncar”. Nesses casos, levando em conta necessidades e hábitos individuais, recomenda-se fracionar as refeições a cada três ou quatro horas e apostar em frutas, cereais integrais e gorduras do bem. Lembrando que para manter uma dieta saudável, devemos evitar alimentos industrializados, carnes gordurosas, doces, frituras, refrigerantes e bebidas alcoólicas.

Fome emocional?
Essa talvez seja a mais perigosa para quem está buscando o emagrecimento por que tem relação com gatilhos muitas vezes relacionados à compulsão alimentar. Esse tipo de fome surge do nada e com urgência, para compensar uma ansiedade, culpa, tristeza ou mesmo cansaço. Na maioria das vezes não tem relação com o apetite e precisa ser combatida. Para isso, a melhor opção é buscar ajuda de um profissional de nutrição para que reconhecer o que está levando a pessoa a um distúrbio alimentar.

Fome específica?
Esta fome está relacionada ao prazer em comer algo, o famoso desejo. Muitas vezes está relacionada a uma memória afetiva, mas não quer dizer que não possa está ligada também à fome fisiológica ou emocional. A fome específica, geralmente, envolve alimentos preferidos pela pessoa ou que há tempos não são degustados. O padrão normal é quando podemos controlar e aguardar o desejo para um momento certo de saciá-lo. Mas se torna um problema quando vira compulsão.

Fome social?
Como ir para uma festa infantil e não atacar os docinhos e salgados? Esse tipo de fome surge quando, mesmo sem vontade, a pessoa se vê obrigada a comer por estar em eventos sociais, como confraternizações. Neste caso, experimentar um ou outro petisco não seria de todo mal, mas é necessário estar atento para não exagerar nas porções.

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