Ciência

Culpa do metabolismo? Estudo determina pico e declínio das nossas mudanças metabólicas

Material ainda revela se há mudanças na menopausa e na puberdade

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Cadastrado por

Marília Banholzer

Publicado em 01/12/2021 às 18:49 | Atualizado em 01/12/2021 às 18:54
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"Quando envelhecemos o metabolismo fica mais lento e, por isso, não conseguimos ter resultados rápidos como emagrecimento ou hipertrofia". Essa máxima que muita gente repete há anos e sempre foi aceita como verdade... é FALSA! Um estudo recente, publicado em agosto de 2021 na Science, revela que o metabolismo em repouso se mantém estável dos 20 aos 60 anos. Somente a partir dos 60 anos começa a registrar uma redução de menos de 1% ao ano.

Para chegar a essa descoberta, o autores do estudo analisaram resultados de pesquisas feitas em 29 países com 6,4 mil pessoas de oito dias de idade (recém-nascidos) até 95 anos. No resumo do que foi publicado, os estudiosos explicam: "As análises relatam que o gasto de energia (ajustado para o peso) em neonatos era semelhante ao de adultos, mas aumentou substancialmente no primeiro ano de vida. Em seguida, diminuiu gradativamente até que os jovens atingissem as características adultas, que se mantinham dos 20 aos 60 anos. Idosos apresentaram redução no gasto energético".

"Quando as pessoas falam sobre metabolismo, pensam em dieta e exercícios — mas é mais profundo do que isso. Na verdade, estamos observando seu corpo, suas células, em ação", analisou o professor Herman Pontzer, da Universidade Duke (EUA), um dos participantes do estudo, à BBC News.

Sendo assim, o estudiosos definiram quatro fases da vida metabólica:

1 - Do nascimento até 1 ano, quando o metabolismo sai do mesmo nível da mãe e atinge o ponto mais alto de toda a vida, 50% acima da população adulta.

2 - Há uma desaceleração suave até o indivíduo completar 20 anos de idade, sem nenhum aumento durante todas as mudanças da puberdade e independente do sexo;

3 - Não existe nenhuma mudança dos 20 aos 60 anos; nem mesmo na menopausa, no caso das mulheres, há qualquer alteração;

4 - Um declínio permanente, com quedas anuais que, por volta dos 90 anos, deixa o metabolismo 26% abaixo do da meia-idade;

Ainda em entrevista à CNN, John Speakman, da Universidade de Aberdeen, na Escócia, que é outro pesquisador envolvido no estudo, disse que os resultados obtidos mostram um quadro que nunca havia sindo visto antes e que há muitas surpresas no material. "A coisa mais surpreendente para mim é que não há mudança durante a vida adulta — se você está vivendo uma crise da meia-idade, não pode mais culpar o declínio da taxa metabólica", ressaltou.

 

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