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Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
VÍRUS

VÍRUS ZUMBI: cientistas revivem vírus que estava congelado há milhares de anos no Ártico

Temperaturas altas no Ártico estão descongelando o permafrost e ativando vírus que podem colocar em risco a saúde humana

Cadastrado por

Helena Galvão

Publicado em 10/03/2023 às 18:00 | Atualizado em 06/07/2023 às 15:53
Vírus "zumbi" que passou 48.500 anos congelado no permafrost reativado - Divulgação/Jean-Michel Claverie/IGS/CNRS-AMU

As altas temperaturas do Ártico podem reativar várias cepas de um vírus "zumbi", que foram isolados de permafrost - a camada de subsolo congelada há mais de 48 mil anos - e potencialmente colocar em risco a saúde animal e humana.

Os estudiosos alertam que, embora os riscos sejam baixos, eles estão sendo subestimados. O cientista do clima no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, Califórnia, Kimberley Miner, ressalta a importância de manter o permafrost congelado.

“Há muita coisa acontecendo com o permafrost que é preocupante e realmente mostra por que é super importante mantermos o máximo possível do permafrost congelado”

Veja nesta matéria: 

O PERMAFROST ESTÁ DESCONGELANDO? 

O permafrost serve para preservar – além de vírus antigos – os restos mumificados de vários animais extintos que os cientistas conseguiram desenterrar e estudar nos últimos anos. E a razão pela qual ele é um ótimo meio de armazenamento não é apenas porque é frio, e sim porque é um ambiente livre de oxigênio que a luz não penetra.

Entretanto, as temperaturas atuais do Ártico estão esquentando cada vez mais rápido do que no resto do planeta, enfraquecendo a camada do permafrost, e tornando o local cada vez mais suscetível às ameaças encontradas dentro dessa região.

O PERIGO DO VÍRUS ZUMBI À VIDA HUMANA

Jean-Michel Claverie é um cientista conhecido por ser uma espécie de "caçador de vírus", já que foca em estudar mais a fundo sobre espécies de vírus, reativando-as e vendo se ainda apresentam algum perigo à natureza e vida humana.

E, em 2014, ele conseguiu reviver um vírus do permafrost, tornando-o infeccioso pela primeira vez em 30.000 anos e inserindo-o em células cultivadas. Por segurança, ele escolheu estudar um vírus que só poderia atingir amebas unicelulares, não animais ou humanos.

As pesquisas apontaram que, mesmo após tanto tempo, o vírus permanece apresentando perigo. Algo que é indicativo de um problema potencialmente maior, já que, com o descongelamento do Permafrost, pode existir a possibilidade de vírus antigos voltarem à vida como uma séria ameaça à saúde pública.

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QUAIS AS CHANCES DA PROPAGAÇÃO VIRAL DESSES VÍRUS ZUMBI?

Nas pesquisas foram encontrados vírus e bactérias que podem infectar, não só plantas e animais, como também humanos. Porém, os cientistas não sabem quanto tempo esses vírus podem permanecer infecciosos uma vez expostos às condições atuais, ou qual a probabilidade de o vírus encontrar um hospedeiro adequado.

Ainda assim, o risco tende a aumentar com o descongelamento causado pelo aquecimento global.

 

 

 

 

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