Há exatos 15 anos, na novela Floribella, todos ficaram conhecendo a Residência dos Fritzenwalden. Em uma família de órfãos, Frederico (Roger Gobeth), o mais velho, tinha que dar conta de cinco irmãos: Joca (João Vithor Oliveira), JP (Johnny Massaro), Bruna (Mariah Rocha), e os gêmeos Alberto, o Betinho (Gabriel Lasmar) e Augusto, o Guto (Gustavo Leão). E é este último, o “gêmeo bonito” da história, que conversou com o Jornal do Commercio sobre a trama, também a primeira de sua carreira.
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O ator paulista, que hoje tem 33 anos, faz questão de dizer que o folhetim da Band foi “o trabalho mais especial de sua vida” e conta detalhes daqueles dois anos de trabalho, que ainda incluiu sua estreia como cantor na música Vem Pra Mim, da primeira temporada, onde dividiu voz com a protagonista Juliana Silveira. O artista também comenta a relação de carinho com o elenco e com esta história até hoje. Confira.
JORNAL DO COMMERCIO - Como a novela Floribella chegou para você? Como foi o processo de seleção para você viver o Guto?
GUSTAVO LEÃO - Tudo começou quando minha mãe resolveu me inscrever no Miss e Mister Praia Grande 2003. Hahaha Acabei ganhando esse concurso. Atrás dele veio o convite para fazer o teste na Band. Quando cheguei na Band eram aproximadamente 6 mil pessoas, fiquei umas 7 horas na fila. Mas acho que valeu a pena.
JC - Quais foram suas inspirações para compor o Guto?
GUSTAVO - Olha, confesso que tudo era muito novo pra mim, até dois meses antes do teste eu jogava futebol e surfava. Nunca tinha passado pela minha cabeça ser ator! Eu achava que era uma realidade muito distante. O Guto por ser surfista, foi mais inspirado nos amigos que tinha quando competia nos campeonatos de surf pelo Brasil, do que propriamente uma referência artística.
JC - Como era a rotina de gravações da novela? Qual a melhor lembrança desse período?
GUSTAVO - Era pauleira, a gente gravava de segunda a sábado, até porque o elenco era pequeno. Porém, foram dois anos mágicos, era a melhor parte do meu dia ir gravar. Todos eram muito amigos e unidos, formamos uma família de verdade. Tanto mesmo após 15 anos mantenho contato e sou amigo bem próximo de muitos do elenco.
JC - Em que momento você percebeu que a trama estava fazendo sucesso?
GUSTAVO - Percebi quando após 1 ou 2 meses de novela foi dar uma volta no shopping, e as crianças foram a loucura! Todas elas cantavam as músicas e perguntavam da Flor (Juliana Silveira). Daquele dia em diante, percebi a dimensão que a novela estava atingindo.
JC - Em Floribella, você se aventurou nos vocais com Juliana Silveira na faixa Vem Pra Mim. Como foi essa experiência?
GUSTAVO - Nesse período a Band e a RGB que era a produtora da novela, me colocaram em São Paulo para fazer aulas de teatro particulares antes da novela, como era meu primeiro trabalho, eles tiveram esse cuidado comigo. Um belo dia eles me avisaram que um carro iria me buscar, porque eu precisava gravar um negócio pra novela. Entrei no carro achando que era uma entrevista ou coisa do tipo. Do nada cheguei numa gravadora, e o Rick Bonadio estava me esperando com um papel na mão. E me perguntou: Já cantou alguma vez? Tomei um baita susto e em menos de 10 minutos estava eu na sala de gravação com um microfone na minha frente nervoso pra caramba, mas achando aquilo máximo. Foi uma experiência incrível!
JC - Qual canção da novela é a mais especial para você e porquê?
GUSTAVO - Olha, acho que Vem Pra Mim, vai ter um lugar especial sempre no meu coração, vou mostrar para os meu filhos, netos... Mas, ver as crianças na rua vestidas de Flor, com o Bamba da Sorte cantando a música da abertura me marcou muito também, era lindo de ver!
JC - Existe alguma cena marcante da novela para você? Qual?
GUSTAVO - No começo da novela fiz seis capítulos e fiquei aproximadamente 25 fora, pois o Guto tinha ido disputar um campeonato no Havaí. Como eu não estava satisfeito com o meu trabalho, por não estar no nível dos outros atores (eram todos muito bons, mesmo os mais novos) tirei esse quase um mês e meio para estudar, estudar, estudar, aprender mais e mais, e voltar diferente. Eu estava amando fazer aquilo e queria que durasse por muitos anos, não que fosse apenas aquela novela. Então, quando voltei estava muito mais seguro. Quando fui gravar a primeira cena na minha volta, era uma cena com quase todo núcleo da família. Me emocionei de estar ali de novo com meus amigos, a cena foi boa, eu estava feliz e dali em diante foi onde mudou tudo pra mim.
JC - Quais foram os aprendizados que o Guto passou para o Gustavo?
GUSTAVO - O Guto era uma cara independente, determinado, amava a vida e os amigos. De forma simples, ele me ensinou que eu podia ser assim também, pois éramos muito parecidos. Na dificuldade ou na alegria, o sorriso não podia faltar.
JC - O que poucas pessoas sabem sobre os bastidores de Floribella e você gostaria de compartilhar conosco?
GUSTAVO - Era maravilhoso! Nenhuma outra novela que fiz tinha uma amizade e energia tão grande fora das telas. Éramos todos jovens, apaixonados pelo trabalho, descobrindo coisas novas todos os dias. O Bruno Miguel (DiCaprio) levava o violão, e todos se reunião no camarim para cantar nos intervalos das gravações. A gente era muito feliz!
JC - 15 anos depois, porque ainda vale a pena relembrar a novela Floribella?
GUSTAVO - Há duas semanas eu estava assistindo o musical da Floribella, e mostrando para a minha esposa. Ao ver as crianças cantando e interagindo com a Ju Silveira ela se emocionou. A pureza daquela novela, que tinham vilãs como Malva (Suzy Rêgo) e Delfina (Maria Carolina Ribeiro), que eram incríveis, elas eram más, mas eram divertidas e todos amavam. Isso era muito marcante para as crianças. Nesse mundo que vivemos hoje, com tantos problemas, com epidemias... Floribella mostra que é aquela paz que todos nós precisamos. Assistirei com meus filhos com toda certeza!