A música tem sido um dos principais alentos para a alma das pessoas que estão vivendo em isolamento social em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus. Centenas de artistas estão realizando festivais ou shows ao vivo pela internet; outros, gravando vídeo cantando na varanda - o primeiro registro foi na Itália - ou fazendo um trabalho coletivo, registrando de suas casas canções originais, feitas no calor do momento ou clássicos da música popular, que depois são editadas e compartilhadas em clipes comoventes. Um dos mais recentes foi uma versão de La Tandresse, um dos grandes sucessos da chanson francesa.
A iniciativa partiu do cantor e compositor Valentin Vander (@vander.valentin), que batizou a versão como Symphonie Confinée (Sinfonia Confinada).
"Valentin Vander reuniu 45 músicos e cantores de seu local de confinamento para interpretar essa canção sublime imortalizada por Bourvil em 1963. As gravações de áudio e vídeo foram feitas com os meios disponíveis, e tudo foi feito de forma voluntária, em apoio às vítimas da pandemia de Covid-19", descreve o artista em sua publicação no YouTube. A música também está disponível nas plataformas de streaming e pode ser favoritada.
No Brasil, mais de 30 artistas se reuniram para gravar o Samba da Quarentena, cantando e tocando a composição dentro de suas casas. Nos versos, "o samba continua" é a tônica para a resistência de uma comunidade frente as dificuldades dos cancelamentos de shows e fechamentos de casas artística
Outros exemplos de músicas com o coronavírus como tema central vão do pagode ao brega-funk.
A pandemia já provocou pelo menos 63.437 mortes no mundo desde que apareceu em dezembro, de acordo com o balanço divulgado pela Agência France Presse, às 16h (de Brasília) deste sábado (4/4). Já são pelo menos 1,7 milhão de pessoas contaminadas, sem levar em conta as subnotificações.
A Ternura
Podemos viver sem riqueza
Quase sem um tostão
Senhores e princesas
Não restam muitos
Mas viva sem ternura
Não podemos
Não não não
Não podemos não
Podemos viver sem glória
Quemnão prova nada
Ser desconhecido na história
E encontrar bem
Mas viva sem ternura
Não há dúvida
Não não não
Não há dúvida não
Que fraqueza doce
Que sensação agradável
Essa necessidade de ternura
Quem vem até nós nascendo
Muito, muito, muito
Trabalho é necessário
Mas se você tiver que ficar
Semanas sem fazer nada
Bem ... acostume-se a isso
Mas viva sem ternura
O tempo parece longo
Longo, longo, longo, longo
O tempo parece longo para você
No fogo da juventude
Nascem prazeres
E o amor faz proezas
Para nos deslumbrar
Sim, mas sem ternura
O amor não seria nada
Não não não
O amor não seria nada não
Quando a vida implacável
Você cai nela
Somos apenas um pobre diabo
Esmagado e decepcionado
Então, sem a ternura
De um coração que nos apoia
Não não não
Nós não iríamos além não
Uma criança te beija
Porque nós a fazemos feliz
Todas as nossas tristezas desaparecem
Temos lágrimas nos olhos
Meu Deus, meu Deus, meu Deus ...
Na sua imensa sabedoria
Fervor imenso
Então continue chovendo
No final de nossos cursos
Torrentes de ternura
Para que reine o amor
Reine o amor
Até o fim dos dias
On peut vivre sans richesse
Presque sans le sou
Des seigneurs et des princesses
Y'en a plus beaucoup
Mais vivre sans tendresse
On ne le pourrait pas
Non, non, non, non
On ne le pourrait pas
On peut vivre sans la gloire
Qui ne prouve rien
Etre inconnu dans l'histoire
Et s'en trouver bien
Mais vivre sans tendresse
Il n'en est pas question
Non, non, non, non
Il n'en est pas question
Quelle douce faiblesse
Quel joli sentiment
Ce besoin de tendresse
Qui nous vient en naissant
Vraiment, vraiment, vraiment
Le travail est nécessaire
Mais s'il faut rester
Des semaines sans rien faire
Eh bien... on s'y fait
Mais vivre sans tendresse
Le temps vous paraît long
Long, long, long, long
Le temps vous parait long
Dans le feu de la jeunesse
Naissent les plaisirs
Et l'amour fait des prouesses
Pour nous éblouir
Oui mais sans la tendresse
L'amour ne serait rien
Non, non, non, non
L'amour ne serait rien
Quand la vie impitoyable
Vous tombe dessus
On n'est plus qu'un pauvre diable
Broyé et déçu
Alors sans la tendresse
D'un cur qui nous soutient
Non, non, non, non
On n'irait pas plus loin
Un enfant vous embrasse
Parce qu'on le rend heureux
Tous nos chagrins s'effacent
On a les larmes aux yeux
Mon Dieu, mon Dieu, mon Dieu...
Dans votre immense sagesse
Immense ferveur
Faites donc pleuvoir sans cesse
Au fond de nos curs
Des torrents de tendresse
Pour que règne l'amour
Règne l'amour
Jusqu'à la fin des jours