Mais de 98 mil quilômetros cortam o Estado de Pernambuco e quase 9 milhões de pessoas o habitam. Refletido nesse espaço repleto de pluralidade e singularidade, Alexandre Revoredo lançou, no último dia 27, o seu primeiro álbum musical. O título da obra, Revoredo, carrega o sobrenome do multiartista nascido em Garanhuns.
Apesar de ter estreado o disco recentemente, o vínculo de Alexandre com a arte é uma parceria que já vem de anos, iniciada em 2001. De 2004 até hoje, fez da cultural seu único ofício. Apesar de ter começado com a música, ela não é a única que merece sua atenção. A literatura e a arte-educação também fazem parte da rotina do artista, que já possui um livro infantil publicado.
O projeto, que conta com 11 faixas inéditas, começou a ser composto e idealizado em 2010. Para Alexandre, o lançamento dele é o fim e, ao mesmo tempo, o início de uma outra trajetória. “Apesar de já ter um bom tempo de estrada, a partir do momento que a gente chega com um disco, é que a gente pode dizer ‘eu sou um compositor, tá aqui gravado, esse é o meu disco’”, afirmou.
As canções que integram Revoredo, o disco, são fortemente influenciadas pela música popular brasileira e pernambucana, revela Alexandre. “Eu, enquanto instrumentista, ouvi bastante coisa da MPB e, de 2012 pra cá, minha relação com a música pernambucana, com os artistas pernambucanos, com as coisas que estão chegando no mercado, os discos que estão sendo lançados tem sido muito forte. [...]Eu ouço esses artistas, vou aos shows desses artistas, compro discos desses artistas e sou parceiro deles. Então, a minha música tem muito disso”, disse.
Outra influência presente no disco vem das poesias populares, do Agreste e do Sertão. As líricas, métricas, formas e rimas são baseadas e inspiradas no trabalho de Alexandre como poeta. Acordeom, percussão, baixo acústico e violão se unem numa sonoridade brejeira, também proveniente da formação de Revoredo. Entretanto, como mesmo fala o artista, o álbum vem com uma pegada “sofisticada”. Guitarra, distorções e efeitos aparecem, mas “a nuance principal, eu acredito que seja essa coisa orgânica”, conclui.
O projeto musical, realizado com incentivo do Funcultura, através da Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco, tornou-se o primeiro de um artista do Agreste Meridional a contar com suporte do edital. A produção e direção musical ficaram por parte de Juliano Holanda. As parcerias do álbum não foram aleatórias, todas possuem alguma relação com Alexandre.
Além do próprio Juliano, nomes como Gabi da Pele Preta (a quem Revoredo define como “irmã de música”), Stephany Metódio (poeta e produtora executiva do projeto) e Antônio Marinho (artista do Sertão do Pajeú, local onde Alexandre se reconheceu poeta) estão nas faixas. Rubi, Martins, Marcello Rangel, PC Silva, Jr Black, Kleber Albuquerque e Marcelino Freire fecham a lista de colaborações.
“Foram quatro anos de gravação, então foi um processo longo e duradouro que deu tempo de maturar cada canção no seu tempo e na sua forma”, define Alexandre. O álbum encontra-se disponível nas plataformas digitais Spotify, Deezer, Tidal, Apple Music, iTunes, Google Play, Napster e Shazam.