Que Recife tem mania de grandeza, todo mundo sabe. Mas não é exagero algum dizer que a capital pernambucana foi a sede do “maior projeto da vida” do cantor Dilsinho. Afinal, estas foram as palavras do próprio pagodeiro carioca ao definir o que é o CD e DVD Open House (Sony Music, 2020), lançado oficialmente nesta sexta-feira (7) nas plataformas digitais.
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Gravado ao vivo no Parador, Bairro do Recife, em dezembro do ano passado, o novo trabalho deste artista de 28 anos mostra que ele tem mais propriedade da carreira, já que em Open House, o cantor se envolveu em todas as partes do processo. “Acho que amadureci muito até gravar esse projeto. E depois dele pronto, você aprende ainda mais. [...] Ver que aqueles planos que eu tinha se concretizaram, são reais, me deixa muito realizado. Hoje estou muito feliz. Agora estou naquela fase de curtir o projeto mesmo. [...] Sem sombra de dúvidas, é o maior projeto da minha vida”, declara o artista por telefone ao Jornal do Commercio.
Com 21 faixas, o disco tem produção musical do próprio Dilsinho, junto com Michel Fujiwara e Bruno Cardoso (vocalista do Sorriso Maroto). O projeto audiovisual traz as participações especiais de Thiaguinho (Apaixonadin), Henrique & Juliano (Sogra), Atitude 67 (Deixa Pra Lá) e Marco (Visita). O cenário megalomaníaco, apostando em tons neon, divide o Open House em dois palcos interligados: o principal leva o título do projeto, responsável pelas canções animadas, e o Quarto & Sala, para ambientar as canções mais românticas e intimistas.
O DVD será exibido pela primeira vez hoje à noite, em seu canal no YouTube, a partir das 19h. Mas tem um detalhe que não irá o ar e hoje Dilsinho relembra com alívio: a chuva que quase atrapalhou a gravação. “Não teve um pingo de chuva no DVD. Naquele dia, choveu em Recife o dia todo, a noite toda, até minutos antes, mas na gravação em si, parece que ‘seguraram’ a chuva pra gente! (risos) Fiquei muito feliz de não ter chovido porque tinha fogos, muito led exposto, uma lareira... Muita coisa não poderia acontecer se chovesse. E graças a Deus, está tudo lá, muito bacana, e acaba que eu nem lembro que choveu naquele dia!”, conta aos risos.
O carioca também destaca alguns momentos especiais que vão ser vistos no Open House: “Fiquei muito feliz de ter realizado a introdução de Deixa Pra Amanhã. Porque eu tinha visto, alguns meses antes, o show do Imagine Dragons no Rock In Rio, e fiquei meio perplexo, positivamente falando, com a força dos tambores. E queria levar aquilo para o meu show. Comecei a pesquisar algumas coisas do Blue Man Group também e fiquei amarradão com o resultado! Além disso, na abertura com Onze e Pouquinho, consegui um ambiente incrível de descontração, musicalmente falando, com a banda e os metais, com várias canções animadas em sequência”.
Ciente do momento delicado que o mundo vive em relação à pandemia, Dilsinho explicou porque seguiu tocando seus lançamentos nessa quarentena. “Quando começamos a lançar a primeira música, a ideia era fazer um projeto semanal. Íamos lançar algumas faixas até a chegada do projeto inteiro. É claro que a gente não conseguimos prever o futuro, e logo, não previmos a pandemia. Não sabíamos que ia acontecer um fato desses e continuamos lançando as músicas semanalmente. Ali eu entendi que era a minha forma de conectar com as pessoas que estavam em casa. Os meus fãs sentiam saudades de mim e eu também, e era uma forma de suprir a minha falta de shows, do contato tão direto com o público”, justifica o artista, que completa: “Estas músicas serviram para levar um pouco de paz interior para as pessoas, aliviar um pouco a saúde mental. Não é que uma pandemia esteja acontecendo que a gente não possa ouvir música também. Então eu quis, justamente, estar presente na vida das pessoas. […] Acho que essa é a minha missão, já que a cada semana eu pude levar um pouco de alegria, esperança, paz. Por isso não parei”.
Para coroar a chegada do projeto, o pagodeiro também falou sobre o novo single Misturados, lançado oficialmente nesta quinta-feira (7): “O single se chama Misturados e deixei por último porque é a música que eu acredito muito nesse projeto. É uma faixa romântica, que as pessoas gostam de me ouvir cantando, de falar de amor. Essa canção tem a ver com o momento, já que fala que ‘os corações estão misturados’, mesmo que não em corpo presente, mas também no coração e no pensamento. Acho que ela fecha bem o ciclo desse projeto”.
Feliz com o resultado final que vai ao ar hoje, Dilsinho espera ser um bom anfitrião para seu público ao “abrir as portas” para este seu novo projeto. “O público pode receber da maneira que eles quiserem. Porque tem muita verdade ali e acho que identificação é uma coisa que não dá para forçar. Eu me entreguei por completo e hoje estou apenas assistindo e curtindo esse momento, sem cobranças de posicionamento, voz ou outra coisa”, afirma.
E será que mesmo com chuva que quase atrapalhou a gravação do Open House, a capital pernambucana gerou alguma dúvida no cantor? “Eu não mudaria nada. E escolheria Recife de novo para gravar esse projeto porque a ideia era sentir a energia e o calor das pessoas. E Recife tem muito isso […] Este foi o primeiro trabalho gravado no Recife e espero que eu possa gravar outros e continuar visitando mais vezes essa cidade que eu amo”, conclui o artista.