Luciano Huck contrapõe apoiadores de Bolsonaro para explicar preço alto da carne
Apresentador pede que seguidores passem a discutir "os problemas reais"
O apresentador da rede Globo, Luciano Huck, usou suas redes sociais para contrapor versões alardadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e o próprio sobre a inflação no Brasil, com foco na carestia do preço das carnes. Em vídeo no seu Instagram, Huck reforça que o "fique em casa" e o lockdown não são os culpados da alteração nos preços, atribuições que frequentemente são elencadas como fatores primordiais para o avanço da inflação por parte dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
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"Como um país que é um dos maiores produtores de carne do planeta tem um preço tão caro? Uma das primeiras respostas é a alta do dólar. O mercado brasileiro é diretamente influenciado pelo câmbio. Se o real desvaloriza muito, começa a valer a pena para o produtor de carne vender lá fora, em dólar", diz o apresentador.
Huck reforça aos seus seguidores que antes de falar sobre a questão ouviu economistas. "Não é à toa que estamos batendo recordes de exportação ao mesmo tempo em que a comida está cada vez mais cara no mercado. Se a carne aumenta muito, as pessoas compram mais frango. Aí, o frango começa a faltar, e o preço começa a subir. E por aí vai".
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O apresentador da TV Globo também usa imagens, que circularam nas redes sociais recentemente, de pessoas buscando alimentos em caminhões de lixo e se alimentando com restos de carne.
Huck ainda afirma que a frase "política não se discute" deve ser desconsiderada. "A verdade é que não tem como escapar, porque política não é só o que acontece em Brasília. Política é o preço da carne no supermercado, é o garoto da favela sem internet garantida para poder sonhar. É não faltar vacina quando a gente mais precisa dela. É entender que queimar floresta significa não ter chuva, que significa não ter energia elétrica, que significa pagar mais caro a conta de luz", pondera o apresentador.
Ele ainda convocou seus seguidores a discutirem os "problemas reais". O apresentador chegou a ser cotado à corrida presidencial em 2022, colocando-se como opositor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No entanto, o apresentador resolveu manter-se no entretenimento, suspendendo até então uma carreira política.