ARTES VISUAIS

Ana Vaz abre exposição de pinturas criadas a partir de haicais

Mostra "Haigas Ocidentais" reúne 30 trabalhos da artista recifense, na Arte Plural Galeria

JC
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Publicado em 23/08/2022 às 19:20 | Atualizado em 24/08/2022 às 11:35
GUSTAVO BETTINI E FRED JORDÃO/DIVULGAÇÃO
A artista visual Ana Vaz expõe "Haigas Ocidentais" na Arte Plural Galeria - FOTO: GUSTAVO BETTINI E FRED JORDÃO/DIVULGAÇÃO
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A artista visual Ana Vaz estreia, nesta quarta-feira (24), a exposição "Haigas Ocidentais", na Arte Plural Galeria, no Bairro do Recife. As 30 telas que compõem a mostra nasceram de um mergulho de Ana nos haicais, poema-métrico da tradição japonesa. A curadoria é da professora Maria do Carmo Nino.

Ana Vaz conta que, durante o isolamento compulsório provocado pela pandemia, encontrou companhia na poesia e descobriu os haicais. Os pequenos poemas vêm muitas vezes acompanhados de pinturas denominadas (como se fossem ilustrações para os haicais), que podem ser feitas por outra pessoa ou pelo próprio poeta — o haijin —, com uso do mesmo pincel com o qual o haicai foi escrito sob a forma de ideograma.

"No meu caso, artista essencialmente brasileira e nordestina, as técnicas e linguagens são necessariamente outras, por isso falo em diferenças e semelhanças, falo em diálogo", detalha Ana Vaz, que é recifense.

FRED JORDÃO/DIVULGAÇÃO
PINTURA Ana Vaz criou 30 trabalhos a partir de haicais lidos durante o isolamento social - FRED JORDÃO/DIVULGAÇÃO

Cada haicai escolhido resultou em uma imagem específica, com a transcrição dos poemas (haicais) que lhe deram origem. Assim o espectador terá oportunidade de fazer interpretações e associações entre haicais e pinturas.

A exposição ficará em cartaz até o dia 28 de outubro e pode ser visitada de segunda a sexta, das 9h às 18h, e aos sábados, das 14h às 18h. A Arte Plural fica à rua da Moeda, 140, e a visitação é gratuita.

Trajetória

Ana Vaz nasceu no Recife, em 1952. Em 1975, iniciou curso de Licenciatura em Artes Plásticas na UFPE. Dois anos depois, passou a morar em Paris e, como bolsista do governo francês, estudou na École Nationale Supérièure des Beaux Arts e na Université de Paris VIII, onde concluiu a licenciatura.

Durante os seis anos na França, fez cinco exposições individuais, três em Paris e duas nos seus arredores, a convite de centros de cultura. Coletivamente, mostrou os seus trabalhos na França, em Portugal, Mônaco, Suíça e Espanha.

De volta ao Brasil em 1983, instalou ateliê na cidade de Olinda, passando a ministrar cursos de pintura. No mesmo ano, fez exposição individual no Masp, a convite de Pietro Maria Bardi. E em 1985 recebeu o Prêmio Nominal José Gomes de Figueiredo, no 38º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, com a criação e coordenação do trabalho coletivo "O Jogo de Cubos".

A partir de 1986, mudou-se para o Rio de Janeiro. Trabalhou com a Galeria Bonino, na capital carioca, e com a Galeria Traço, na cidade de São Paulo. Quando do seu retorno ao Recife, fundou, em 1991, o Espaço Cultural Arte Forte, destinado ao ensino de técnicas de pintura e mostra de trabalhos de artistas emergentes.

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