JAIR BOLSONARO

Documentário facada Bolsonaro: TSE se divide sobre veto a documentário da Brasil Paralelo

Sessão no TSE decide sobre proibição de "Quem mandou matar Jair Bolsonaro?" e pauta sobre censura é levada a debate

Cadastrado por

Bianca Dias

Publicado em 21/10/2022 às 7:55 | Atualizado em 21/10/2022 às 13:35
Bolsonaro foi esfaqueado em 2018 - Raysa Leita/ AFP

Da Estadão Conteúdo

Na última quinta-feira (20), sessão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi marcada por desavenças entre os ministros. As autoridades presentes divergiram na votação para manter a liminar do corregedor-geral da Corte, ministro Benedito Rodrigues, que proíbe exibição de documentário sobre facada no presidente Jair Bolsonaro, acontecida em 2018. 

A produtora Brasil Paralelo buscava veicular o material intitulado "Quem mandou matar Jair Bolsonaro?", que expunha supostos responsáveis pela facada. O documentário seria lançado na véspera do segundo turno das eleições presidenciais, porém quatro votos contra três decidiram manter proibição até 31 de outubro, um dia depois da eleição. 

Anúncio do documentário "Quem mandou matar Jair Bolsonaro". - Divulgação/Brasil Paralelo

A liminar teve origem na Coligação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que acusa Bolsonaro, seu filho Carlos e um grupo de apoiadores de montar uma rede de disseminação de informações falsas.

Os ministros vencidos acusaram a Corte de possível censura a conteúdos, o que vai de encontro à Constituição. "Penso que esta corte, mesmo quando injustamente agredida, não deve ceder a tentações", opinou Raul Araújo sobre risco de intervenção com o documentário proibido.

"Estamos a tratar da liberdade de comunicação social e de imprensa a qual tem como sucedâneo a liberdade de manifestação do pensamento e informação Devemos atuar com toda parcimônia, cuidado e timidez. O que aqui se coloca é a aparente colisão ente a garantia constitucional fundamental da liberdade expressão e a necessidade de garantir a lisura e a paridade de armas no processo eleitoral, essencialmente, de modo a se evitar a divulgação e fatos falsos", continuou.

Araújo ainda acusou a Corte de não ter assisto ao documentário e não deveria haver a possibilidade de censura de um material ainda não visto. O ministro teve amplo apoio de eleitores do atual presidente, que mantém o discurso sobre censura. 

Carlos Horbach também criticou a decisão acerca da liminar, afirmando que as acusações feitas por campanha de Lula não são suficientes para resultar em uma decisão tão drástica. O ministro Sérgio Banhos concordou com os colegas Araújo e Horbach.

Já na oposição, os ministros Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandwski e Cármen Lúcia apoiaram a decisão do corregedor-geral.  A ministra Cármen Lúcia defendeu que não houve censura e que os fatos precisam "precisam ser encarados como algo que pode ser um veneno ou um remédio". Enquanto Lewandowski disse que "na prática jurídica e no mundo político, situações excepcionais exigem medidas excepcionais". 

 

Carmén Lúcia na sessão do dia 21/10 do TSE. - Antonio Augusto/Secom/TSE

O sessão de ontem (20) também decidiu sobre outros processos relacionados às eleições. Apesar de divergência na decisão  sobre o documentário, seis dos sete ministros da Corte concordaram acerca de intimação do vereador Carlos Bolsonaro, que será julgado sobre sua participação na difusão de informações falsas nas redes sociais.

Por fim, o julgamento resultou na proibição da produtora "Brasil Paralelo", os sites "Foco do Brasil", "Folha Política" e "Dr. News" em pagar pela disseminação de informações contra o candidato do PT e serem remuneradas pelas audiência de suas postagens. 

Tags

Autor

Veja também

Webstories

últimas

VER MAIS