EQUIPAMENTO CULTURAL

Teatro da UFPE completa 10 anos fechado e ganha novo contrato de reestruturação

Fazendo falta na agenda cultural e na vida acadêmica, segundo maior teatro de Pernambuco terá obras orçadas em R$ 72 milhões

Cadastrado por

Emannuel Bento

Publicado em 12/12/2023 às 15:43
Teatro da UFPE fica localizado no Centro de Convenções da universidade, na Cidade Universitária - DIVULGAÇÃO

O ano de 2023 marcou uma década do fechamento do Teatro do Complexo de Convenções de Pernambuco, localizado no campus da Cidade Universitária. O mesmo centro chegou a ganhar um Cinema em 2019 (em funcionamento desde 2021), além de uma nova Concha Acústica, em 2021. O Teatro, por sua vez, permaneceu de portas fechadas.

Com capacidade para 1.931 lugares, esse é segundo maior teatro de Pernambuco, perdendo apenas para o Teatro Guararapes, o que evidencia a falta que o equipamento tem feito para a cena cultural da cidade.

Por lá passaram grandes nomes da música brasileira e apresentações locais, nacionais e internacionais de música, teatro, dança, ópera, entre outras linguagens.

Impacto na vida cultural e acadêmica

Também existe um impacto na própria vida acadêmica, pela realização de seminários, congressos, fóruns, festivais, colações de grau e mostras culturais.

Para além disso, esse é o único grande teatro localizado na Zona Oeste do Recife, uma região carente de equipamentos culturais - localizados, em maioria, no Centro e na Zona Sul.

O "aniversário" de 10 anos se deu em novembro. Em contrapartida, em outubro, a UFPE confirmou a assinatura de um contrato de reestruturação com a empresa Cinzel Engenharia.

Reforma do Teatro da UFPE

Teatro da UFPE fica localizado no Centro de Convenções da universidade, na Cidade Universitária - DIVULGAÇÃO
Teatro da UFPE fica localizado no Centro de Convenções da universidade, na Cidade Universitária - DIVULGAÇÃO

Serão investidos R$ 72.589.180,83 para as obras. De acordo com a UFPE, o recurso é resultado de esforços da administração central na articulação de emendas parlamentares, além de recursos da própria universidade.

A empresa Cinzel Engenharia foi habilitada por meio da Seleção Pública nº 10/23, promovida pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da UFPE (Fade).

A obra tem a previsão de durar dois anos e será iniciada após a emissão da ordem de serviços, sob a fiscalização do professor José Araújo, vice-diretor do CTG. Assim, considerando que as obras comecem em 2024, o teatro deve ficar pronto em 2026.

Projeto de extensão

Foi criado um projeto de extensão "Reforma do Teatro da UFPE: Construindo Arte e Cultura para Sociedade" para tratar da execução da reforma, recuperação e complementação do bloco A do prédio.

Orientado pela pela diretora do complexo, a professora Mariana Brayner, a iniciativa conta com a participação de 50 estudantes dos Centros de Tecnologia e Geociências (CTG), Artes e Comunicação (CAC) e Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), além de alunos do Instituto Federal e das Escolas Técnicas de Pernambuco.

"É um momento muito especial. Todo mundo imagina o quão simbólica é essa pequena solenidade, porque se trata de um dos equipamentos mais importantes, não só da Federal, mas do próprio estado de Pernambuco", disse o reitor Alfredo Macedo Gomes, no ato da assinatura do contrato, em outubro.

"As obras pretendem deixar todo o teatro acessível com alta performance de materiais e utilização de materiais sustentáveis", salientou Carlos Falcão, superintendente de Projetos e Obras da UFPE.

Histórico do fechamento

O fechamento para reforma ocorreu em 2013, com obras que deveriam durar dois anos. Na época, foi prometido o reparo dos dois auditórios, inauguração de um cinema e requalificação do teatro.

Inicialmente, o Centro de Convenções da UFPE seria fechado para reforma em 2014, após a Copa do Mundo, mas problemas na estrutura do piso fizeram com que fosse antecipado.

Apenas em 2016 a licitação foi finalizada com a empresa ATP Projetos, por conta de problemas com a primeira vencedora do processo.

Em março do mesmo ano, um vendaval deslocou parte do telhado e, para evitar maiores danos, a universidade recorreu a uma verba emergencial do Governo Federal, que possibilitou a troca de toda a cobertura.

Com a falta de liberação de recursos nas gestões federais de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), além de uma pandemia que impactou em cheio a vida no campus, a tão aguardada obra foi sendo adiada.

Com a assinatura do novo contrato de reestruturação, torna-se mais próxima a possibilidade do retorno deste equipamento à agenda cultural do Grande Recife.

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