Em coletiva de imprensa do Carnaval do Recife, realizada nesta terça-feira (17) no museu Paço do Frevo, o prefeito João Campos (PSB) alfinetou o Governo do Estado ao comentar sobre a área da segurança.
Apesar de reconhecer que "existe um diálogo intenso para fazer os grandes eventos" e que "acredita que haverá um bom trabalho de segurança", o gestor municipal fez uma crítica à situação das câmeras de videomonitoramento. "Eu desconheço outro Estado brasileiro que passe por essa situação, mas, no Recife, o que a gente puder fazer, vamos fazer", disparou.
"Sobre esse problema das câmeras que não funcionam no Estado, a Prefeitura vai fazer a instalação das câmeras do município do Recife para ter um sistema de videomonitoramento aqui, o que é fundamental. No Bairro do Recife e no Galo da Madrugada, a Prefeitura fará a instalação das câmeras, para que tenha videomonitoramento no Carnaval", disse Campos.
Em dezembro de 2023, 358 câmeras instaladas em quatro municípios (das quais 240 ficavam no Recife) deixaram de funcionar devido ao fim de um contrato herdado pelo governo de Raquel Lyra (PSBD). No lançamento do programa Juntos pela Segurança, o Estado informou que pretende adquirir 2 mil câmeras.
"Eu aprendi na minha vida é que, mais do que estar apontando erro, você tem que ter atitude. O Recife não pode ficar sem câmera de videomonitoramento. Então, a gente vai e executa, porque o cidadão não pode ser penalizado. A gente tem que pensar nas pessoas e não ficar apenas apontando: 'tá errado isso ou aquilo', eu vou fazer a minha parte da história".
Mais patrocínio privado
Questionado sobre apoio financeiro para a festa, João Campos ressaltou que o município aumentou a capacidade de captação de patrocínios - no ano passado, foram quase R$ 3 milhões para atrações contratadas para o Marco Zero.
"A expectativa desse ano é que a gente supere de forma significativa o número de patrocínios em relação ao ano passado. O Carnaval do Recife é executado com recursos da Prefeitura e dos patrocinadores."
Ampliação e Central de Operações
De acordo com Campos, as principais alterações do Carnaval do Recife em relação ao ano anterior são o "trabalho de ampliação" e a nova Central de Operações. "Acho que muita gente ficou impressionada com o tamanho do palco do ano passado, mas esse ano o palco será ainda maior".
"A gente vai estar ampliando para ser maior e mais bonito. Acho que temos que olhar para a frente, andar para a frente. Ele será maior e com uma diferença operacional. Em relação a execução, ainda temos a Central de Operações".
A Central do Carnaval, citada pelo prefeito, será um ambiente onde estão reunidos diversos serviços no entorno da Praça do Arsenal. O espaço vai funcionar no período de 7 a 13 de fevereiro, na Rua do Observatório, no horário das 16h às 2h. Uma das novidades é a ampliação da Arena da Economia Criativa, que funcionará com 35 operações comerciais - incluindo artesãos locais, além de outros serviços.
Movimentação econômica
João Campos endossou os dados de expectativa da movimentação econômica da festa: R$ 2,4 bilhões. "Teremos mais de 100 voos extras e estamos com 93% dos hotéis ocupados, devemos chegar num limite da ocupação hoteleira."
"Também teremos mais de 50 mil postos de trabalho. Então, através da cultura, a gente está falando de quem trabalha no salão de beleza, fazendo roupa e fantasia, transporte, vendendo caldinho, espetinho e cerveja. Tudo isso representa a movimentação econômica. Temos a parte formal e a informal. A população sai ganhando."