Na noite desta sexta-feira (29), Pernambuco lamentou a perda de uma de suas mais ilustres figuras, Maria da Glória Braz de Almeida, a Dona Glorinha do Coco, que faleceu aos 89 anos, no Hospital Tricentenário, em Olinda, na Região Metropolitana no Recife.
Sua partida deixou um vazio, mas também uma onda de amor e gratidão pelos anos dedicados ao coco, um dos ritmos mais marcantes do Estado.
Por meio de nota compartilhada em sua conta no Instagram, a família de Dona Glorinha expressou seu adeus à matriarca, destacando sua partida em paz, cercada pelos entes queridos.
"Partiu em paz, com a família a seu lado, segurando a mãozinha delicada e já sem forças, da nossa Mestra tão amada! Que os Orixás iluminem sua partida, que os céus se abram em acolhimento profundo! Dona Glorinha do Coco nunca será esquecida", diz o comunicado.
O prefeito de Olinda, Professor Lupércio, também se pronunciou, expressando pesar pela perda da grande representante do coco. Dona Glorinha não apenas dançou ao ritmo dessa música, mas também a moldou e a perpetuou, deixando um marco na história da cidade, realizando sambadas no Amaro Branco.
"Seu legado preservou e preserva a história de Olinda e de seu povo. Lamento profundamente o falecimento dessa grande mulher e artista. Que Deus conforte toda a família e os amigos neste momento tão difícil. Olinda está de luto oficial por três dias", afirmou Lupércio em nota.
Dona Glorinha do Coco
Dona Glorinha do Coco, cujo nome verdadeiro é Maria da Glória Braz de Almeida, foi uma mestra de coco conhecida por sua dedicação ao ritmo tradicional. Neta de Joana, uma mulher que foi escravizada no século XIX e filha de Maria Belém, uma figura fundamental para o Carnaval de Olinda, ela era a mestra mais velha do Amaro Branco, onde residiu desde o nascimento. Continuando o legado de sua mãe, Dona Glorinha organizava sambadas animadas durante o dia de São João, promovendo lazer cultural para a comunidade.
Além de suas contribuições culturais, Dona Glorinha também se destacou na música, lançando seu primeiro CD em 2013 e sendo finalista do Prêmio da Música Brasileira em 2015. Sua arte foi reconhecida internacionalmente, com apresentações em Portugal e participação em documentários e exposições que celebraram a rica tradição do coco em Pernambuco.