A segunda edição do livro "Frei Joaquim do Amor Divino Caneca" (Cepe Editora), organizado por Evaldo Cabral de Mello, será lançada nesta quarta-feira (14), às 9h45, no Seminário Nacional Confederação do Equador e Desafios da Cidadania e do Republicanismo no Brasil (1824-2024). O evento vai reunir por três dias, no Recife, os principais pesquisadores brasileiros do assunto.
Esse livro teve a primeira e única edição publicada em 2001 e estava esgotada. "A obra é fundamental para se conhecer o pensamento político de Frei Caneca (1779-1825). Antes desta edição da Cepe, o que tínhamos acesso para pesquisa era o fac-símile sem a qualidade que os escritos de Frei Caneca são merecedores", diz George Cabral, um dos organizadores do seminário e professor da UFPE.
Detalhes
O título com os escritos de Frei Caneca tem 736 páginas. Dividido em dez séries de textos, ele reúne 28 edições do jornal O Typhis Pernambucano, redigido pelo frade de dezembro de 1823 a agosto de 1824, cartas trocadas por ele com opositores, a dissertação sobre o que se deve entender por pátria do cidadão e deveres deste para com a mesma pátria, escrito em 1822.
A obra também mostra o itinerário que frei Joaquim do Amor Divino Caneca fez, saindo de Pernambuco a 16 de setembro de 1824, para província do Ceará Grande, narrando a fuga dos rebeldes do Recife, já tomado pelas tropas imperiais, em direção à Mata Norte de Pernambuco, até a capitulação em 29 de novembro.
A Confederação, iniciada em Pernambuco no dia 2 de julho de 1824, reuniu as províncias da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte contra o autoritarismo de Dom Pedro I. "As obras políticas de frei Caneca escapam ao doutrinarismo e ao debate puramente especulativo de ideias. Elas constituem sobretudo tomadas de posição relativamente a situações da política provincial e brasileira", escreve Evaldo Cabral de Mello na introdução do livro.
Seminário
O Seminário Nacional Confederação do Equador e os Desafios da Cidadania e do Republicanismo no Brasil (1824-2024) ocorre desta quarta até a próxima sexta-feira (16), na Escola Judicial de Pernambuco (Esmape), na Ilha Joana Bezerra, Recife. Ao longo dos três dias, o evento terá quatro conferências e 11 mesas-redondas.
Os quatro conferencistas convidados são Heloísa Starling e Luxa Carlos Villalta, ambos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Socorro Ferraz, da UFPE, e João José Reis, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Realizado pela Comissão Temporária, o seminário conta com o apoio da Cepe, da UFPE, da Universidade de Pernambuco (UPE) e do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP).
Confederação do Equador
Em 2 de julho de 1824, um grupo de revoltosos declarou Pernambuco um país com governo próprio, aberto à entrada de qualquer outra província que também estivesse insatisfeita com a política centralizadora de D. Pedro I nos primórdios do Império. O movimento pregava a República e a descentralização, atraindo a adesão da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. A Confederação do Equador durou pouco, não chegando a completar cinco meses.
Na época, o movimento foi proibido e severamente perseguido pelas tropas do imperador. Foram condenadas à morte 31 pessoas, entre elas o Frei Joaquim do Amor Divino, mais conhecido como Frei Caneca, que se tornou um herói entre os revolucionários.
Hoje, aparece como um ocorrido de menor importância nos livros didáticos, apesar de sua relevância para a história brasileira. Por isso, o bicentenário do movimento será celebrado em Pernambuco com um ano inteiro de comemoração e atividades, até dois de julho de 2025.
SERVIÇO
Lançamento do livro Frei Joaquim do Amor Divino Caneca (Cepe, 2024), durante o Seminário Seminário Nacional Confederação do Equador e Desafios da Cidadania e do Republicanismo no Brasil (1824-2024)
Quando: 14 de agosto (quarta-feira), às 9h45
Onde: Escola Judicial de Pernambuco (Esmape), na Rua Desembargador Otílio Neiva Coêlho, s/n, Ilha Joana Bezerra, Recife
Preço: R$ 90 (impresso) e R$ 35 (e-book)