Os Beatles não foi simplesmente um grupo de pop/rock. Chame-se de sinergia, química, forças terríveis, seja lá qual for a explicação, em oito anos de carreira fonográfica, o quarteto construiu uma obra que se tornou canônica. Nenhuma banda do gênero, antes ou depois, criou canções que continuam sendo regravadas mundo afora, desde que foram lançadas. E regravadas músicos de gerações diversas.
No entanto, Lennon & McCartney, George Harrison (Ringo Starr nunca foi muito além da bateria e percussão), como se imaginou, por volta de 1966, não foram o início, mas o fim de uma era, de autores de canções, comparáveis às dos mestres da música erudita. Autores de música popular, mas extremamente refinada, Cole Porter, Hoagy Carmichael, Harold Arlen, Irving Berlin etc. Autores que escreveram música que tem varados décadas continuamente em salas de concertos, em discos, em livros.
Portanto, passa por longe de se optar pela facilidade do caminho das pedras regravar Beatles. Não difere muito de incursionar pelo repertório de Mozart, Chopin, ou George Gershwin. No caso dos Beatles por intérpretes, instrumentistas das mais diversas cenas, country, pop, jazz e mesmo erudita. Em 2013,o guitarrista de jazz, Al di Meola lançou All Your Life: A Tribute to the Beatles Recorded at Abbey Road Studios, London. Um disco elogiado, afinal ele é um dos mais refinado guitarristas do jazz, e influenciado pelo quarteto de Liverpool, que devia escutar no rádio o tempo inteiro desde criança (nasceu em 1954. Quando os Beatles surgiram). O próprio di Meola admite que começou a tocar por causa dos Beatles.
DISCO NOVO
Agora ele está lançado Across the Universe, que é também uma celebração a John Lennon (este ano acontece o vigésimo aniversário de sua morte, e 80 de nascimento). A capa emula a de Rock ‘n’ Roll, que Lennon gravou em 1975. São 14 faixas, que vai de Till There Was You, esta a de roupagem jazz fusion , até a básica Octopus’ Garden, que fecha o disco. Al di Meola reveza-se nas guitarras elétricas, e violões. Um projeto que ratifica que a obra dos Beatles (dissolvido oficialmente há 50 anos, mais uma data redonda), virou patrimônio musical da humanidade, mas sem cerimônia maçante, discursos, ou placas de bronze. Naturalmente.