Dramaturgia

Sucesso de Gloria Perez, 'A Força do Querer' reestreia nesta segunda (21)

Novela de 2017 que falou de assuntos polêmicos retomou a audiência no horário das nove da Globo

Robson Gomes
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Publicado em 21/09/2020 às 13:28 | Atualizado em 28/02/2021 às 11:16
RAQUEL CUNHA/TV GLOBO
Juliana Paes deu vida à Bibi Perigosa na novela 'A Força do Querer' - FOTO: RAQUEL CUNHA/TV GLOBO
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Querer. Verbo transitivo direto que significa "ter o desejo ou a intenção de; tencionar, projetar". Em abril de 2017, uma novela da TV Globo resolveu questionar ao público até onde é possível ir por esse "desejo ou intenção", e assim estreou A Força do Querer no horário das nove da emissora carioca. A trama de grande sucesso escrita por Gloria Perez está de volta à seu horário de origem a partir desta segunda-feira (21), em uma edição especial, para ocupar o espaço deixado por Amor de Mãe desde o fim de março, quando teve suas gravações suspensas devido à pandemia do novo coronavírus.

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Com 172 capítulos e tendo as atrizes Isis Valverde, Juliana Paes e Paolla Oliveira na linha de frente, A Força do Querer explorou assuntos espinhosos como tráfico de drogas, traição, vício em jogo e identidade de gênero. Mas ainda sim, conseguiu a simpatia do público na época em que foi ao ar, recuperando uma audiência que estava se esvaindo com as tramas anteriores no horário e a ascensão do streaming.

Na última terça-feira (15), o Jornal do Commercio participou de uma videoconferência organizada pela TV Globo com parte do elenco para conversar sobre a trama. Juliana Paes, que deu vida à polêmica Bibi Perigosa — inspirada numa traficante de mesmo apelido na vida real — estava presente, junto com as atrizes Dandara Mariana, Elizângela e Mariana Xavier.

Às atrizes, perguntamos porquê A Força do Querer cativou os telespectadores na época. "Eu tive muito medo quando estreamos porque vínhamos de um episódio recente do boicote à [novela] Babilônia (2015), por causa de um beijo lésbico. Eu tive muito medo quando soube os temas que seriam abordados nessa novela e pensei como seria isso, achava muito corajoso. Inclusive vamos ver como será agora, nessa reprise. Mas a construção da história e o trabalho de cada ator foi tão bem feito nesse lugar de ir aos pouquinhos, de criar esse afeto mesmo no público, mais do que a identificação em si, conhecendo cada personagem, isso fez muito a diferença", argumentou Mariana, que deu vida à secretária Abigail.

Dandara, que interpretou Marilda, a melhor amiga de Ritinha (Isis Valverde), destaca outro fator de sucesso: "Além da novela ser muito bem escrita, acho que teve um lance muito interessante que foi sair do eixo Rio-São Paulo. Era uma novela que falava sobre a cultura de Belém do Pará. Mostrando uma diversa cultura popular, o carimbó... E acabou envolta em questões, em lugares que ainda não haviam sido explorados".

Mãe de Bibi na trama, a veterana Elizângela também destacou a sensibilidade de Gloria Perez no texto. "Tem a identificação. Acho que a Gloria consegue fazer isso com determinados personagens. E todas as personagens femininas eram muito fortes, que aproximava muito as pessoas, tornando tudo mais real. Ela consegue passar uma veracidade na escrita, que as pessoas se identificam de imediato. Ela passeou lindamente por vários cenários", afirmou.

A FORÇA DE BIBI

Aos 41 anos, a atriz Juliana Paes tem muito orgulho do papel que desempenhou em A Força do Querer. Na novela, ela deu vida uma jovem estudante que entra para o tráfico de drogas por influência do namorado Rubinho (Emílio Dantas): "[A Gloria Perez] tinha esse talento, essa genialidade mesmo de abordar tantos temas numa novela só, de não fazer isso de uma maneira rasa, conseguir aprofundar cada um desses personagens, e de montar essa coxia deliciosa. Parece clichezão, mas essa novela era especialmente prazeroso os bastidores. [...] Nós vivíamos em êxtase, um dos momentos mais felizes fora de cena da minha vida".

Na conversa, Juliana relembrou a construção de sua controversa personagem. "Eu queria que as pessoas entendessem que a trajetória que a Bibi seguiu, poderia e ainda é, infelizmente, ser seguida por meninas de classe média alta, bem criadas, bem nascidas. E só depois ir no crescente. A dificuldade era em saber dosar isso ao longo da trama. Eu não podia dizer quem era a Bibi logo de cara. Até porque, ela foi uma personagem que se modificou muito ao longo do tempo. Eu precisava que as pessoas percebessem essa mudança na personalidade dela. Essa era a dificuldade: dosar certinho a identificação e até onde ela ia chegar, para esse elástico esticar na medida que eu queria", relatou a protagonista.

 

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