Elas se acostumaram a percorrer o bairro do Ipsep de bicicleta para resolver ‘o corre’ do dia a dia. E foi justamente a bike que inspirou Geankre, Rafaela e Karollayne a montar o primeiro negócio delas. Decidiram deixar de trabalhar para terceiros e ter o próprio empreendimento. Com pouco dinheiro e sem poder correr muitos riscos, procuraram o Sebrae antes de dar partida no projeto. Depois de pensar em várias ideias surgiu o insight de criar o Pastel na Bike.
Rafaela Santos, 27 anos, pegou o dinheiro da rescisão de 3 anos de trabalho em uma empresa de logística e juntou com as economias da amiga Geankre Souza, 27. Depois Geankre convidou sua irmã Karollayne Rainara, 20, a se juntar ao negócio. Com um pequeno investimento inicial de R$ 6 mil compraram uma bicicleta usada, reformaram e adaptaram para caber a fritadeira e os ingredientes. E a massa do pastel, alguém sabia fazer? Não.
“Foram necessárias muitas pesquisas e testes até chegar à massa ideal. Depois precisamos pensar nos recheios. Hoje são nove sabores salgados, três doces e porções de mini pasteis. Entre os doces, o campeão de vendas é o de brigadeiro, enquanto entre os salgados a preferência é o pedalada, de frango com catupiri”, diz Geankre, destacando que os pasteis têm nomes relacionados ao universo da bike.
Apesar de ter dado nome ao negócio, a bicicleta agora é usada apenas em eventos porque o Pastel na Bike cresceu e passou a funcionar num food truck. Com a mudança, as amigas chegam a vender 100 pasteis por dia no fim de semana. Para elas, além do desafio de empreender é preciso enfrentar (e não é mimimi) a luta de lidar com o assédio masculino num ambiente comandado por três mulheres. A praça onde trabalham no Ipsep é cercada por restaurantes e food trucks e bastante frequentada por homens.