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Empresas de tecnologia estão otimistas com oportunidades após a pandemia

Pesquisa do Porto Digital revela que empresas digitais acreditam na expansão do mercado num futuro próximo mas reclamam de dificuldades como acesso a crédito

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 19/05/2020 às 17:28 | Atualizado em 19/05/2020 às 17:33
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Pierre Lucena, presidente do Porto Digital, diz que a Gig Economy, termo para a economia sob demanda, deu escala global a um tipo de trabalho que já existia - FOTO: Divulgação

Um cenário otimista para os futuros negócios mas desafiador para o momento presente. Em resumo, este foi o resultado da pesquisa feita pelo Núcleo de Gestão do Porto Digital para avaliar o impacto da pandemia da covid-19 nas empresas tecnológicas. Foram levantados dados de 68 empresas, divididas de acordo com o faturamento anual de até R$ 5 milhões, entre R$ 5 milhões e R$ 40 milhões, e acima de R$ 40 milhões.

Para o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, as empresas de tecnologia estão melhores do que muitos outros segmentos da economia. “Uma parte significativa das empresas não teve queda no faturamento, algumas estão até melhorando, e 46% delas estão contratando pessoal”. Entre todas as pesquisadas, 48% das empresas responderam que terão faturamento melhor este ano do que em 2019. Nas grandes empresas o cenário é ainda mais favorável, 67% disseram que será melhor. Pierre Lucena confirma que existe um certo otimismo no setor, embora haja desafios, como a necessidade atual do trabalho em home office, que atingiu 93% dos negócios, e trouxe reflexos no desempenho dos funcionários e na maneira de fazer negócios.

Um problema apontando por 40% das empresas pesquisadas é a preocupação com a saúde mental dos funcionários neste novo regime de trabalho. “Na verdade, a grande maioria está num home office improvisado. Em uma vida normal, o funcionário estaria trabalhando em casa mas com os filhos na escola, o comércio de rua funcionando, ele poderia sair para almoçar fora, mas nada disso está acontecendo. Apesar das empresas não perderem produtividade eu não acredito que o home office será uma prática adotada a curto prazo. Mesmo porque eu percebo que as pessoas precisam trabalhar juntas”, afirmou Lucena. A pesquisa aponta que apenas 16% das companhias tiveram queda na produtividade, mas 93% estão sentindo dificuldade em fechar novos negócios. “O contato físico para negociar contratos ainda é muito importante”, acredita Pierre Lucena.

FUTURO

Uma quase unanimidade entre as empresas de tecnologia é a sensação de que as oportunidades irão aumentar após a pandemia. Entre as empresas médias e grandes essa percepção foi de 100%. Já 86% das pequenas acreditam numa demanda maior após o retorno das atividades econômicas. “As empresas convencionais foram empurradas para uma transformação digital forçada mas quando a pandemia passar será preciso se estruturar melhor, se profissionalizar”, diz Lucena.

Quanto a ajuda oficial por meio de pacotes de benefícios dos governos estadual, municipal e federal, 58% dos empresários se dizem beneficiados com a prorrogação de prazos para o pagamento de impostos mas apenas 22% conseguiram ter acesso a crédito com juros mais baixos. “A grande maioria das empresas gostaria de ter algum crédito. As taxas de juros estão muito baixas era para ter mais liquidez no mercado, e não tem”, conclui Pierre Lucena.

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