Dólar sobe com aversão externa e riscos político, fiscal e sanitário no Brasil

Possibilidade levantada pelos EUA de uma crise de solvência, aprovação do projeto que autoriza reajuste salarial das polícias do DF e vídeo da reunião ministerial na qual Sergio Moro acusa Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal, são alguns fatores que influenciam no mercado
Agência Estado
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Publicado em 14/05/2020 às 10:29
MOEDA E JUROS Caso o dólar continue a subir e a inflação não cesse, o Banco Central pode ter que subir a Selic Foto: SÉRGIO BERNARDO/JC IMAGEM


Com o dólar forte no exterior e os riscos fiscal e político no radar, a moeda americana amplia a alta também ante o real nesta quinta-feira (14). Também preocupa a disparada de casos e de mortes pelo novo coronavírus no Brasil, o que pode exigir ampliação do isolamento social em alguns Estados e municípios do País.

Nos mercados de moedas global e local, ecoa o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, de que há possibilidade de uma crise de solvência nos EUA, como efeito da pandemia de coronavírus. Ele também descartou a adoção de juros negativos no país. Investidores também vão avaliar os pedidos semanais de auxílio-desemprego dos EUA (9h30).

Além disso, pesa a notícia de aumento de gastos diante da aprovação, em sessão conjunta do Congresso, do projeto que autoriza reajuste salarial de até 25% das polícias do Distrito Federal, que tem custo estimado de R$ 505 milhões por ano. Como essa votação fazia parte de um acerto do presidente Jair Bolsonaro com o Centrão, agora pode ser que Bolsonaro assine logo o veto à possibilidade de reajuste dos salários dos servidores públicos no projeto de auxílio emergencial a Estados e municípios.

O mercado também segue na expectativa com a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, na qual o ex-ministro Sergio Moro acusa Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal.

O depoimento do delegado Carlos Henrique Oliveira, atual diretor executivo da Polícia Federal e novo número dois da corporação, também traz cautela. Ele afirmou em depoimento nesta quarta, 13, que a corporação mirou, sim, familiares do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo ele, o inquérito era de âmbito eleitoral, e já foi relatado sem indiciamento. A investigação citada mirou em supostos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica envolvendo a declaração de bens do senador Flávio Bolsonaro nas eleições de 2014, 2016 e 2018. A confirmação de Oliveira sobre o inquérito contradiz Bolsonaro, que declarou na terça-feira, 12, que ninguém de sua família é investigado pela Polícia Federal.

Mais cedo, a pesquisa industrial mensal do IBGE mostrou que produção industrial encolheu em todos os 15 locais pesquisados em março ante fevereiro. Em São Paulo, maior parque industrial do País, a queda foi de 5,4%.

Às 9h17, o dólar à vista subia 0,32%, a R$ 5,9198, após registrar máxima em R$ 5,9393 (+0,65%). O dólar junho avançava 0,49%, a R$ 5,9240, após tocar máxima a R$ 5,9450 (+0,85%).

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