O IBGE divulgou nesta quinta-feira (18) os dados mais recentes da Pesquisa Industrial Anual (PIA), relativos ao desempenho da indústria nacional em 2018. Segundo o IBGE, a atividade industrial gerou em Pernambuco, naquele ano, R$ 27,3 bilhões em valor de transformação industrial (valor bruto da produção, menos os custos). Com esses números, a participação de Pernambuco na atividade industrial no Nordeste chegou a 20%, um avanço de 4,5 pontos percentuais em comparação com os números de 2009, posicionando Pernambuco em segundo lugar na Região, atrás da Bahia (com participação de 42,1%) e à frente do Ceará (13,9%).
Para o supervisor das pesquisas industriais do IBGE em Pernambuco, Dinilson Pedroza, o aumento na participação durante esse intervalo de dez anos se deve ao surgimento de atividades antes não tradicionais no Estado, principalmente a cadeia automotiva e o complexo de biocombustíveis e refino de petróleo. “Esses setores foram o carro-chefe dessa transformação no perfil industrial do Estado, aumentando sua importância regional”, afirmou Dinilson Pedroza. Ele informou que o IBGE está, no momento, coletando os dados industriais relativos a 2019 mas, por conta da pandemia, o trabalho de coleta ficou prejudicado.
Para Dinilson Pedroza Pernambuco não terá grandes dificuldades para retomar números semelhantes a 2018, obviamente, depois que a crise provocada pela pandemia de coronavírus passar. “Pelo perfil industrial que o Estado desenhou, acho que está se consolidando uma indústria de base muito significativa. A indústria automotiva e a petro-química são setores que não saem com rapidez de onde eles se instalam. Não vejo uma fragilidade econômica nesses setores que são os carros-chefe da economia local”.
Para Dinilson, tão logo a Economia retome a normalidade, o estado tem uma base robusta para continuar crescendo. “A participação de Pernambuco cresceu muito nos dez anos que se encerra em 2018. Neste período, a Bahia, perdeu participação (-1,4%), Pernambuco não só ganha participação como ganha de forma muito expressiva, quase 5% de ganho. Nesse intervalo de tempo, só Pernambuco e Maranhão (com 3% de crescimento) ganharam participação na Região”, afirmou Dinilson.
Em relação a indústria brasileira, Pernambuco teve participação de 2,1% em 2018, desempenho que o levou ao 12º lugar no ranking nacional. Em valores absolutos, o Brasil gerou R$ 1,4 trilhão no mesmo ano em valor de transformação industrial. Em 2017 esse valor foi de R$ 1,2 trilhão.