O iFood afirmou que manterá as operações normalmente ao longo desta quarta-feira (1º), apesar da paralisação nacional de entregadores de aplicativo. Disse também que respeita o direito dos manifestantes em protestar, mas seu compromisso com os parceiros a levou a acionar um plano para manter as operações em funcionamento. Atos acontecem em todo o País. No Recife, os trabalhadores cruzaram os braços por volta das 8h desta quarta.
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Além disso, a plataforma informou que colocará o chat do app à disposição dos usuários para solucionar eventuais problemas durante o dia de manifestação dos entregadores. Já para pedidos feitos a restaurantes que contam com frota própria de entregadores, a empresa destaca que "é possível acionar diretamente o restaurante por meio do chat que aparece na tela de acompanhamento do pedido".
Leia a íntegra da nota:
"O Ifood está acompanhando a paralisação dos entregadores desde suas primeiras movimentações. Respeitamos o direito dos manifestantes em protestar, mas nosso compromisso com todos os nossos parceiros nos levou a acionar um plano para manter as operações em funcionamento.
Sabemos que, entre a grande maioria dos entregadores, prevalece a percepção de uma parceria justa, conforme pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva em abril. Por ora, nossas operações continuam normais.
Estamos confiantes que as operações ao longo do dia estarão mantidas.
Já atendemos quase todas as reivindicações do movimento:
Já atendemos quase todas as reivindicações do movimento: taxa mínima de entrega: hoje toda a rota do iFood tem um valor mínimo de R$ 5, mas a média é muito superior, ficando entre R$ 8 e R$ 9; distribuição de EPIs: o iFood tem feito desde o início de abril a distribuição gratuita maciça e recorrente de EPIs para os entregadores em todo o país. Até agora, mais de 800 mil itens foram distribuídos (álcool gel e máscaras reutilizáveis). Reconhecemos que podemos melhorar a distribuição – e já estamos fazendo isso –, mas ressaltamos que ela já vem sendo feita. A partir de hoje, os entregadores que ainda não retiraram o kit receberão R$ 30 mensais para a aquisição de álcool gel e máscaras; seguro de roubo, acidentes e vida: já oferecemos seguro de acidentes e de vida gratuitamente para os nossos parceiros e temos uma parceria para oferecer seguro de moto com desconto; transparência em desativações: o iFood tem regras desativação de cadastro claras e um processo de análise de revisões cuja palavra final é dada por pessoas, e não por robôs; não há sistema de pontuação: o iFood não tem nenhum sistema de pontuação dos entregadores, nem usa estratégias de gamificação.
Reconhecemos que podemos melhorar nossa relação com os entregadores. Para que todos possam conhecer as iniciativas voltadas para esses parceiros, todas as informações estão disponíveis no site Abrindo a Cozinha (https://institucional.ifood.com.br/abrindo-a-cozinha).
Também estamos ampliando a escuta de suas demandas, mas desde sempre nos empenhamos em fazer o melhor. Junto com eles, passamos por um processo de aprendizado e seguimos evoluindo no modelo de parceria dentro de uma nova economia."
Ato convocado pela Associação de Motofretistas de Pernambuco (AMAPPE) acontece nesta quarta-feira (1º), desde às 8h, com concentração no Centro de Convenções de Pernambuco, em Salgadinho, Olinda, com o intuito de cobrar melhores condições de trabalho para os entregadores de aplicativos. A ideia do movimento, que conta com cerca de 200 motoboys, é seguir até o Palácio do Campo das Princesas, sede administrativa do poder executivo do Estado, situada no bairro de Santo Antônio, Centro do Recife. A paralisação acontece em todo o País.
No começo da tarde desta quarta, centenas de entregadores promoveram um buzinaço na Avenida Conselheiro Aguiar, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Na paralisação, há entregadores que trabalham para aplicativos como Rappi, iFoode Uber Eats.
Em frente à sede do governo estadual, os grupos se encontraram. Coube ao secretário da Casa Civil, José Neto, conversar com os manifestantes. Ele se comprometeu em intermediar uma reunião com os representantes das empresas de delivery, após a formalização dos pedidos dos motofretistas. Só assim, o movimento foi dispersado. De acordo com a CTTU, passava das 17h quando os profissionais encerraram a manifestação.
A classe reivindica aumento do valor das corridas e pacotes; aumento do valor mínimo por entrega; fim dos bloqueios e desligamentos indevidos; seguro de roubo, acidente e vida; fim do sistema de pontuação; sala de apoio (sede) do iFood no Recife; suporte fora das corridas (telefone e e-mail para contato direto com o app) e reunião com os órgãos públicos (prefeitura e Governo Estadual) e com representantes dos aplicativos.
Por meio de carta, a AMAPPE relata uma rotina exaustiva e perigosa, com 12 horas de trabalho diário e expedientes que adentram a madrugada, e pede que os usuários do serviço não façam pedidos nesta quarta, como forma de apoiar o movimento.
Também é criticada a relação trabalhista vigente, onde os entregadores são considerados colaboradores e não empregados. "Os aplicativos de entrega não se entendem como empregadores, ainda que hoje, juntos, empreguem mais mão de obra do que outros setores do país e sejam considerados como ramo de atividade essencial em meio ao isolamento social no enfrentamento à pandemia do coronavírus".
A classe expõe, ainda, não ter autonomia para trabalhar quando deseja. "Apesar de sermos considerados autônomos, essa autonomia está sendo retirada de nós pelos próprios aplicativos [...] o sistema de pontuação é cruel e pune os entregadores que não trabalham nos finais de semana, [porque] quando não acumulados os pontos no final de semana somos impossibilitados de trabalhar e realizar entregas durante a semana", relata o documento.