Edilson Vieira
Publicado em 21/07/2020 às 0:08
O primeiro dia de reabertura de bares e restaurantes no Recife foi considerado tranquilo por empresários, clientes e o governo. Com os protocolos seguidos à risca, não houve registro de problemas durante o atendimento. Para André Araújo, presidente da representação local da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PE), o movimento ficou, em média, em torno de 25% do esperado. "Para ser o primeiro dia, e ainda mais uma segunda-feira, um dia tradicionalmente de menor movimento para o comércio, não achávamos que haveria tumulto. Como realmente não houve", afirmou Araújo. O presidente da Abrasel-PE acredita que a tendência é o aumento no fluxo de clientes ao longo das próximas semanas. "A medida que as pessoas forem adquirindo segurança ao frequentar os ambientes, a recuperação da clientela vai chegar. E Recife vai dar exemplo," disse André Araujo, citando a união dos empresários em torno do compromisso em cumprir as normas de higiene e distanciamento.
Foi o que se observou no RioMar. Assim que o centro de compras abriu, aos meio-dia, as pessoas foram tomando seus lugares nas mesas dos restaurantes e praça de alimentação. Eram recebidas por garçons usando equipamentos de proteção e podiam consultar os cardápios em formato digital através de códigos lidos pela câmera do celular.
A auditora Monica Barbosa voltou ao mesmo restaurante que frequentava diariamente antes da pandemia. "Não tive receio nenhum de vir neste primeiro dia porque trabalho aqui perto e já tinha visto como o local trata a questão da segurança. O restaurante também passa a segurança para gente, a questão do álcool em gel nas mesas, o cuidado dos funcionários, tá tudo bem tranquilo", assegurou. O também auditor Leonardo Gomes afirmou que tinha uma boa expectativa em relação a este retorno. E não se decepcionou. "A gente vê as mesas espaçadas com distanciamento adequado, a preocupação com a higienização das mãos, tudo isso deixa gente feliz em poder voltar a ter uma rotina mais próximo do normal", comemorou.
A gerente de marketing do RioMar, Denielly Helinski, afirmou que os protocolos de distanciamento e higienização já estão incorporados na rotina do mall desde a reabertura, há cerca de um mês, isso explica o movimento tranquilo observado nos restaurante nesta segunda-feira. "O uso da máscara, a higienização ds mãos com álcool em gel, tudo isso já fazia parte da nossa rotina", observou.
Roberval Paulino, gerente do restaurante Tio Armênio, conta que a casa preferiu não operar com delivery desde o início das normas restritivas. Para ele, ver a equipe de volta trabalhando e os clientes sentados à mesa novamente é motivo de confiança. "Se todo mundo seguir o que as autoridades recomendam acho que dentro de 15 dias a gente volta ao normal", diz sem esconder o entusiasmo.
Quem se surpreendeu positivamente foi o empresário Silvio Drummond, proprietário da rede Camarada Camarão. Com lojas no RioMar, Shopping Recife e uma unidade de rua no bairro de Boa Viagem, ele diz que a frequência de clientes superou as expectativas. "Esperávamos atingir 30% de movimento neste primeiro dia. Mas, em alguns horários, chegamos a ter quase a casa cheia dentro da nova capacidade. Mesmo com o número de lugares reduzidos em 50%, foi muito bom para o primeiro dia", afirmou o empresário.
Para Maíra Fischer, secretária executiva de desenvolvimento econômico de Pernambuco, a movimentação tranquila nos restaurantes nesta segunda-feira tem a ver com o protocolo implantado nos estabelecimentos. "Foi algo construído junto com o setor, se todos continuarem seguindo as regras, clientes e comerciantes, estamos no caminho certo", afirmou Maíra Fischer depois de almoçar em um restaurante self-service no Bairro do Recife.
A empresária Beth Lima reabriu o restaurante O Poeta, que comanda há mais de 20 anos no Bairro do Recife. Tendo como público principal funcionários de empresas que formam o Porto Digital, ela considerou o movimento fraco para o primeiro dia. "O que importa é que estamos prontos para receber os clientes como se deve, e vamos continuar assim", diz Beth, que encontrou uma maneira lúdica de demarcar os assentos interditados aos clientes. Colocou simpáticos bonecos representando personalidades pernambucanas nesses lugares.
O bancário Cristiano Coelho almoçou no restaurante de Beth e saiu de lá satisfeito não apenas com a comida. "Atualmente é mais seguro ir num restaurante, onde a gente vê os protocolos sendo seguidos, do que ira a praia", refletiu.
A funcionária pública George Macena, escolheu um restaurante da praça de alimentação do Shopping Tacaruna, Zona Norte do Recife. "Vim fazer compras e aproveitei pra almoçar. Como fazia antes", afirmou com tranquilidade. O empresário José Augusto Babini, proprietário do Divino Fogão, possui três restaurantes no Recife e um no Mato Grosso do Sul. Ele fala sobre a experiência com a reabertura. "Lá em Campo Grande os restaurantes foram abertos no mês de abril com um movimento de apenas 10%, agora já estamos na capacidade máxima de 50%. Aqui também deverá acontecer assim", revelou.