Bolsonaro veta projeto que dava auxílio em dobro a pais solteiros

Ausência de impacto orçamentário e financeiro para implementar a ampliação do benefício foi a justificativa
Estadão Conteúdo
Publicado em 28/07/2020 às 23:48
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) Foto: SERGIO LIMA/AFP


O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou o projeto de lei que concedia o pagamento da cota dupla do auxílio emergencial - ou seja, R$ 1.200 - a pais solteiros independentemente do gênero e priorizava as mães em caso de ambos solicitarem o benefício.
>> Após análise de contestações, mais de 800 mil pedidos do auxílio emergencial são liberados pela Dataprev
>> Veja quem recebe o auxílio emergencial esta semana
A justificativa foi a ausência de impacto orçamentário e financeiro para implementar a ampliação do benefício. Mesmo assim, numa espécie de "vacina" devido ao veto a um projeto que teve amplo apoio no Congresso, o governo ressaltou que a decisão final caberá aos parlamentares, que podem derrubar a decisão do presidente e restabelecer a medida.
Num momento em que Bolsonaro busca um caminho mais conciliador junto ao Congresso Nacional, o comunicado divulgado pela Secretaria-Geral da Presidência da República para justificar o veto ressalta que não se trata de "um ato de confronto".
"Cabe destacar que o veto presidencial não representa um ato de confronto do Poder Executivo ao Poder Legislativo. Caso o presidente da República considere um projeto, no todo ou em parte, inconstitucional, deverá aplicar o veto jurídico para evitar uma possível acusação de crime de responsabilidade. Por outro lado, caso o presidente da República considere a proposta, ou parte dela, contrária ao interesse público, poderá aplicar o veto político. Entretanto, a decisão final sobre esses vetos cabe ao Parlamento", diz a nota.
Hoje, apenas mães solteiras têm direito ao pagamento em dobro do benefício, criado para socorrer trabalhadores informais e desempregados durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Segundo a Secretaria-Geral, a razão do veto é a ausência de cálculos sobre o impacto no Orçamento. O governo já destinou R$ 254,4 bilhões para o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, num total de cinco parcelas. A sanção do projeto poderia elevar ainda mais o gasto.
"Em que pese a boa intenção da proposta, não há estimativa do impacto orçamentário e financeiro dessa proposição, o que impede juridicamente a sua aprovação", diz o comunicado.
TAGS
Economia Brasil Jair Bolsonaro coronavírus pandemia auxílio emergencial
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory