Obra de habitacionais prometida desde 2012 é retomada pela prefeitura do Recife em 2020

Construção no bairro do Pina estava parada por contratação sem previsão orçamentária para execução
JC
Publicado em 20/08/2020 às 19:59
Prefeito Geraldo Julio (PSB) visitou canteiro de obras nesta quinta-feira (20) Foto: PCR


Promessa de campanha do prefeito Geraldo Julio (PSB) em 2012, os habitacionais Encanta Moça I e II tiveram o andamento das obras retomado hoje. Contratados em 2018, quase dois anos depois, às vésperas da eleição municipal, o projeto estimado em R$ 49,2 milhões volta à vitrine com a promessa de abrigar em 13 prédios 600 famílias que atualmente residem em palafitas na comunidade do Bode, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida. As obras faziam parte de um grupo de 68 projetos que foram alvo da Controladoria-Geral da União (CGU), por contratação sem previsão orçamentária para execução, e estavam paralisadas correndo risco inclusive de cancelamento dos contratos.

A ser erguido no terreno do antigo Aeroclube, às margens da Via-Mangue, o Encanta Moça atende a uma demanda antiga da comunidade, garantindo a realocação dos beneficiados para uma área a poucos metros de distância de suas residências originais. Os apartamentos têm área entre 45 e 47 m², com dois quartos, sala, banheiro e cozinha, seguindo o padrão de acabamento estabelecido pela atual gestão, com cerâmica nas áreas molhadas, reboco, forro de gesso e pintura completa nas áreas interna e externa. Com urbanização das áreas comuns, haverá a instalação de duas quadras poliesportivas, dois centros comunitários, áreas de lazer para crianças, área verde e de convivência, além de estacionamento para carro, moto e bicicletário.

Déficit de 70 mil moradias

Ao visitar as obras nessa quinta-feira, o prefeito do Recife comemorou: “É uma obra importante, que vai trazer dignidade para essas pessoas, que a gente sonhou há muitos anos e agora estamos vendo se tornar realidade”, disse. O andamento de obras habitacionais na capital pernambucana, no entanto, não tem se dado de forma contínua, mesmo com a cidade tendo um déficit de 70 mil unidades habitacionais, segundo o Levantamento do Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS), de 2017.

Saindo do papel agora, as unidades do Encanta Moça foram os últimos projetos da prefeitura contratados dentro do programa Minha Casa Minha Vida. No ano de 2018, chegaram também à pasta os projetos do Pilar Quadra 45, Pilar Quadra 60 e Vila Brasil 2. Somando-se esses três projetos aos habitacionais Novo Prado, Boa Esperança e Antero Mota (aprovados tecnicamente, mas com construtoras reprovadas na análise de risco da Caixa) e Caranguejo Tabaiares (que não chegou a ter sua análise concluída no banco operador do MCMV), há dois anos o Recife deveria ter contratado um total de pelo menos 1.126 unidades habitacionais, com investimentos da ordem de R$ 93 milhões.

Sem novas contratações em 2019 e 2020, a prefeitura não tem avançado em novas e também antigas obras. Este ano o município acompanhou, até junho, só a liberação de R$ 695 mil para o Conjunto Habitacional Villa Brasil II. Segundo a URB, nos oito anos da atual gestão foram entregues 20 conjuntos habitacionais, totalizando 2.363 novas unidades, entre casas e apartamentos. Entretanto, nos últimos dois anos o número de entregas caiu para 576 unidades.

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