Taxa de informalidade fica em 38,8% no trimestre até outubro, diz IBGE

Pesquisa foi divulgada nesta terça-feira (29)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29/12/2020 às 14:04
No contexto dos efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho, o início da geração de vagas informais de um trimestre móvel para o outro, é um sinal positivo, disse o diretor-adjunto de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo Foto: Foto: Bobby Fabisak/ JC Imagem


A geração de 2,273 milhões de postos de trabalho em um trimestre, na passagem do período de maio a julho para o trimestre móvel de agosto a outubro, se deu tanto no setor formal quanto no informal, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O setor informal, o mais atingido pela crise causada pela covid-19, puxou o movimento, gerando 2,020 milhões de vagas. No trimestre móvel até outubro, eram 32,714 milhões de brasileiros em ocupações tidas como informais, alta de 6,6% ante o trimestre móvel imediatamente anterior. Com o aumento das vagas informais, a taxa de informalidade ficou em 38,8% da população ocupada no trimestre móvel terminado em outubro, acima dos 37,4% do trimestre móvel imediatamente anterior.
No contexto dos efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho, o início da geração de vagas informais de um trimestre móvel para o outro, é um sinal positivo, disse o diretor-adjunto de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo. "A informalidade mostra o retorno daquelas pessoas afastadas por conta da situação adversa que é a crise sanitária", disse Azeredo.
Na passagem do período de maio a julho para o trimestre móvel de agosto a outubro, houve aumento de 9,0% nas vagas de trabalho sem carteira assinada no setor privado, com 779 mil trabalhadores a mais nessa condição. Já o trabalho por conta própria, em sua maioria informal, registrou um aumento de 1,050 milhão de vagas no mesmo período.
No lado formal, o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado ficou em 29,769 milhões no terceiro trimestre. Na comparação com o trimestre móvel imediatamente anterior, houve alta de 1,3%, sinalizando para a geração de 384 mil postos formais em um trimestre.
O tombo no trabalho informal por causa da pandemia, em 2020, interrompeu um processo de aumento desse tipo de ocupação, verificado até 2019. Na saída da recessão de 2014 a 2016, com a economia crescendo lentamente entre 2017 e 2019, foi o surgimento de vagas informais que puxou a ligeira melhora no mercado de trabalho. Com isso, no trimestre móvel até outubro de 2019, a taxa de informalidade atingiu 41,3%. Naquela ocasião, eram 38,683 milhões de brasileiros em ocupações informais.
Em um ano, são 5,969 milhões de informais a menos no mercado. Na comparação com o trimestre móvel até outubro de 2019, apresentam fechamento de vagas tanto o trabalho sem carteira no setor privado (queda de 20,1%, com 2,382 milhões de vagas a menos) quanto o trabalho por conta própria (queda de 8,1%, com 1,990 milhão de postos a menos).
A recuperação no contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado está longe de recuperar as perdas da pandemia. Na comparação com a situação do trimestre móvel até outubro de 2019, há uma queda de 10,4%, sinalizando para o fechamento de 3,427 milhões de vagas formais.
 
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