IPCA

Inflação do Grande Recife é a sexta mais alta do País, em abril, e fica acima da média nacional

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas um teve queda em abril: o de Educação, com -0,08%

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Publicado em 11/05/2021 às 21:15
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NAS ALTURAS Diminuição da produção no Paraná, manterá o feijão como um dos alimentos com valor elevado - FOTO: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,48% na Região Metropolitana do Recife (RMR) em abril na comparação com o mês de março. Foi o sexto maior índice entre as 16 localidades pesquisadas, acima também da média nacional, de 0,31%. No entanto, esse é o segundo mês seguido no qual houve uma desaceleração na inflação, levando o Grande Recife a ter a menor alta do ano. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado do primeiro quadrimestre do ano, a RMR teve inflação de 2,40%, a sexta menor do país - o percentual foi próximo ao da média brasileira (2,37%). No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA do Grande Recife teve aumento de 7,34%, também superior ao do Brasil (6,76%).

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas um teve queda em abril: o de Educação, com -0,08%, puxado para baixo pela redução no preço dos livros didáticos (-0,8%) e não-didáticos (-1,07%). Pela primeira vez no ano, a categoria que mais pressiononou a inflação foi a de Saúde e cuidados pessoais (1,67%), puxada pelo reajuste nacional no preço dos medicamentos ocorrido em 1º de abril e pela alta no preço dos produtos de higiene pessoal. O segundo maior reajuste, de 0,89%, ocorreu no grupo do Vestuário.

Os grupos de Artigos de residência e Alimentação e bebidas ficaram empatados na terceira posição, ambos com 0,46%. “Essa categoria, de maior peso no índice e no orçamento das famílias, apresentou elevação de preços em itens importantes, como o frango inteiro (4,4%) e ovos (3,37%). Outros produtos, no entanto, como o feijão carioca (-1,84%) e o arroz (-1,37%), apresentaram queda”, detalha Fernanda Estelita, gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco.

O grupo de transportes, que vinha pressionando a inflação nos últimos meses e é responsável pelos índices mais altos tanto no acumulado do ano quanto no acumulado dos últimos 12 meses, ficou com 0,09% em abril, muito próximo da estabilidade. “Isso foi resultado nas retrações nos preços da gasolina (1,01%) e do óleo diesel (2,13%), embora o etanol tenha registrado alta de 3,14% no mês”, completa Fernanda.

Dos 20 produtos e serviços que tiveram maior aumento de preço, cinco são medicamentos. Embora os dois produtos com maior reajuste entre março e abril tenham sido dois alimentos, o tomate (13,69%) e a melancia (12,32%), os remédios anti-infecciosos e antibióticos ficaram em terceiro lugar, com alta de 9,70%. Os chocolates em barra e bombons (6,89%) e o cheiro-verde (6,80%) ocupam o quarto e o quinto lugar. Em seguida, estão os remédios hormonais (6,23%).

Por outro lado, a maior queda de preço ficou com a uva (-8,25%), seguida pela maçã (-7,85%) e pelas passagens aéreas (-7,46%). Os produtos para a pele (-6,32%) e a banana-prata (-5,81%) completam a lista dos cinco produtos e serviços que mais tiveram o preço reduzido.

IPCA NO BRASIL

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo de abril no Brasil foi de 0,31%, ficando 0,62 ponto percentual abaixo da taxa de março (0,93%). No ano, o índice acumula alta de 2,37% e, em 12 meses, de 6,76%, acima dos 6,10% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2020, a variação havia sido de -0,31%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta de preços em abril. O maior impacto (0,16 p.p.) e a maior variação (1,19%) vieram de Saúde e cuidados pessoais, que havia recuado ligeiramente em março (-0,02%). A segunda maior contribuição (0,09 p.p.) veio de Alimentação e bebidas (0,40%), acelerando em relação ao mês anterior (0,13%).

O grupo Habitação seguiu movimento inverso, passando de 0,81% em março para 0,22% em abril. A única queda observada no mês veio dos Transportes (-0,08%), após as altas de 2,28% e 3,81% em fevereiro e março, respectivamente. Os demais grupos ficaram entre o 0,01% de Despesas pessoais e o 0,57% de Artigos de residência.

CÁLCULO DO IPCA

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 30 de março e 29 de abril de 2021 (referência) com os preços vigentes entre 2 e 29 de março de 2021 (base). Cabe lembrar que, em virtude da pandemia de COVID-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março de 2020, a coleta presencial de preços. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como sites de internet, telefone ou e-mail.

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